janeiro 07, 2016



sei que tenho uma palavra sempre escondida
- na verdade, um sentimento - me colocando
sempre uma sombra no rosto, ocasionando
o desvio de olhar, o tremor do lábio inferior.
o que oculto, me faz oculta para quem desejo,
e não sabe que é desse mistério que vivo
em imaginar.
e assim, tu não sabes, que passeias de mão dadas
comigo em todos os domingos nas ruas da
minha cidade; nem sabes, mas te leio alguns
poemas certas noites e, às vezes, uma
lágrima tua me responde; tu não sabes
dos planos em que fazes parte, e até
dessa minha arte - escrever - é tu que
inspira, e motiva, e sempre é o primeiro a ler.
queria ter a coragem de te dizer as coisas
que te escrevo em todos os poemas,
- esses poemas que são tua ausência -
mas não. quero que venhas porque
o caminho até é mim seja acaso,
ou seja desejo, mas não o (meu) pedido.
mas ainda é bela essa dor de amar
tudo que não tenho.


Cáh Morandi

dezembro 09, 2015

da palma da tua mão
que em centímetros
respira a pele de
meu peito, pairando
o fôlego sobre a palavra
ainda não nascida, e geme
basta encostar minha vida
mais perto da tua alma
para o milagre nascer, amor

Cáh Morandi

novembro 12, 2015

...

O meu coração é um pouco embrutecido. Um pouco duro. Repleto de marcas. E cansado, muito cansado de tentativas. E mesmo no campo de todas as impossibilidades em que me encontro para amar, uma pequena frase, um gesto gentil, mesmo depois de seguidos "nãos", encontra o pequeno e estreito caminho para me desestruturar: "quero te dar o que posso: a certeza do outro dia."

Cáh Morandi

outubro 14, 2015

I know the names and locations
of all earthquakes if he looks at me
my nonexistent structures -
I want to fall in the middle of his embrace -
I do not know what's between us
Or is it precisely what it is not

take away from me my yes,
it's not just you,
I wanted this long before

Cáh Morandi

agosto 26, 2015

I found it, for sure
we always know
when it is
still I don't know
how to say it
confessing your love
can mean
losing it


Cáh Morandi

agosto 23, 2015

Leitura de Poema, do livro "Internidades"

sempre será teu nome
a me aproximar da 
saudade; sempre a
primeira luz da manhã 
me salvará a lágrima 
de orvalho; sempre será 
quem despertas nas
noites que faço em mim



                        // sempre meu nome                                      
                       madrugando em tua boca. 

agosto 18, 2015

a vida que me aconteceu
foi ainda há pouco; ali,
passado e passageira;


           // foi ontem e amanheceu.

Cáh Morandi

agosto 05, 2015

Encontro em São Paulo

Registro minha admiração e reafirmo meu compromisso na construção do caminho para a futura literatura, onde me manterei fiel à poesia. Aprender a ser coração. Transformar-se em palavras. Alegria e gratidão em saber que as mãos estão dadas! Obrigada!

Foto: Guilherme Antunes, Moreno Pessoa e Cáh Morandi.



Sabe quando éramos crianças e brincávamos de esconde-esconde? Acreditávamos que estávamos escondidos ao tampar os olhos? Mas o mundo continua girando, trazendo possibilidades infinitas e percebemos que nem só de beleza são feitos os caminhos. Única certeza é que tudo muda. E nada deixa de existir porque não queremos ver.

Cáh Morandi

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