invento coisas de você, e claro que sempre que comigo
nem cogito me ver, senão ao
seu lado, ainda mais
se é um pensamento
inventado, impossível,
indecente e indelicado
para quem não sente
eu sinto, sempre
sinto que posso
estar contigo, e
acredito fielmente
Cáh Morandi
junho 13, 2023
esse amor menino dorme, suspira
entre o meu peito
esse sujeito, de
palavra bruta e
toque leve
rapaz que se atreve
em falar de amor
com quem escreve
calma, que entre
falar e escrever
há quem sinta:
isso não é breve
Cáh Morandi
pensei que o amor
não mandaria recado,
e meu corpo desacostumado,
não lia mais os sinais,
“perigo!”, era o aviso e também
tarde demais
o beijo tatuando a testa
os dedos dançando nas costas
o riso contando histórias
teu abraço dizendo “bem-vinda”,
meu Deus, é então possível
ser amável, ainda
e perceber o que fascinava:
te conheço desde quando
apenas te imaginava
Cáh Morandi
de vez em quando eu penso se
você também pensa
que talvez já deveríamos
ter o risco de
nos esbarrarmos
mas sem querer, é claro
ou então com um
propósito certo
porque
cruel é ter uma dúvida
que mora ao lado
Cáh Morandi
erro é pensar que essa saudade,
das boas e grandes,
pudesse ser maldade
para fazer doer
o que eu iria querer?
senão você e a
sensação de felicidade
no fim do domingo,
do vinho, do baile,
da rua, da noite
da vida, mas estar lá
e sua.
Cáh Morandi
distraídos, poderia
ser aquele um dia
qualquer, de tantos
acasos, não fosse o
caso de estarmos
atentos
e olha, não duvido de
Deus estar certo,
só quero
chega mais perto,
mais perto
Cáh Morandi
agosto 25, 2019
venho de uma eternidade para me conhecer e descobrir enfim que a chegada era você
sem placa, sem aviso quase despercebido era este ponto de encontro que se transformou em faísca de luz a dividir os tempos, a iluminar o simples, a clarear o re- meço
Cáh Morandi
abril 10, 2018
propositalmente que vivi em exílio do amor
e por isso que perdoo caso outro alguém não chegue a tempo
mas não você, de quem não me escondi, de quem me deixei ser descoberta colonizada sitiada
e ser o lugar do mapa onde dão as linhas das tuas mãos
Cáh Morandi
não olho o relógio porque meu medo se tornou saber a velocidade do tempo
paro sem nem mesmo estar cansada, para parecer que ainda estou mais longe de chegar no dia que não haverá outro jeito
infinitamente te amar tem me colocado à prova de uma covardia:
saber os dias de todas as distâncias que temos
Cáh Morandi
próximo de clarear de a explosão haver perto de se cruzar a um fio de devastar
tamanha intensidade desse colapso, mais rápido que o reflexo, deixou o movimento em pânico, e o que era só um encontro deixou o amor perplexo
no momento ínfimo pareceu tão cósmico o sentir-mos-atômicos num big-bang íntimo colidimos indefesos embora de propósito