sei que tenho uma palavra sempre escondida
- na verdade, um sentimento - me colocando
sempre uma sombra no rosto, ocasionando
o desvio de olhar, o tremor do lábio inferior.
o que oculto, me faz oculta para quem desejo,
e não sabe que é desse mistério que vivo
em imaginar.
e assim, tu não sabes, que passeias de mão dadas
comigo em todos os domingos nas ruas da
minha cidade; nem sabes, mas te leio alguns
poemas certas noites e, às vezes, uma
lágrima tua me responde; tu não sabes
dos planos em que fazes parte, e até
dessa minha arte - escrever - é tu que
inspira, e motiva, e sempre é o primeiro a ler.
queria ter a coragem de te dizer as coisas
que te escrevo em todos os poemas,
- esses poemas que são tua ausência -
mas não. quero que venhas porque
o caminho até é mim seja acaso,
ou seja desejo, mas não o (meu) pedido.
mas ainda é bela essa dor de amar
tudo que não tenho.
Cáh Morandi