sinto paz em nosso amor
discreto das agitações
do beijo leve, que leva
do abraço seguro
com ar de liberdade
e gosto da forma
que pesas teu peso
e demoras afundando
teus olhos nos meus
até me encontrar tua
uma leveza em nós
com a infinidade
de sermos
sempre
Cáh Morandi
janeiro 17, 2014
dezembro 09, 2013
setembro 19, 2013
vem
Vem, quero descansar no silêncio do teu peito tímido, quero adormecer em teu abraço para acordar no sonho. Vem, me ama sem a pressa do dia que virá, se o futuro nos separa, então não acreditaremos nele - por hoje. Vem, quero deixar minha boca no teu beijo mais macio, trocar meu gosto pela tua saliva. Vem, diz todas aquelas poesias em meu ouvido, dedilha em minha cintura nossa música, segura meus pés entre os teus para criarmos um caminho. Vem, há este tempo tão suspenso de possibilidades, e meu desejo, por agora, é não te perder para sempre, novamente.
Cáh Morandi
setembro 09, 2013
Aceno
Foi em que traço,
personalidade? Em que noite, madrugada se endereçou? Em que face foi mesmo que
o amor ficou? O amor sempre será esse lado menos exposto, arranhado no corpo,
com ares de futuro. Se entrega à próxima composição, mas segura os sinais. Desabotoa
represas, mas encolhe os canais. Suspenso-lento-ardendo. O amor sempre será
esse teu lado que não desemboca, que não vem à tona, que não vale meu sopro,
minha noite, minha pena, meu poema. Não diz, não age, é inerte, insosso,
imaturo, indeciso, impreciso ao que preciso, agora. Quanto mais abandona, mais
me encontra: providencial; um lado meu que só renasce porque te espera.
Acredita ainda, e envelhece. Renasce porque te melhora. Renasce para que no
ventre dessas entregas, uma palavra pequena aborte as próximas distâncias. Uma
palavra só, ou uma ponta de coisa-qualquer que valesse uma poesia. O amor
sempre será esse hiato que não se desenvolve. Essa pedra que onda bate e não se
dissolve. O amor sempre será alguma coisa sua, que não me resolve. Que não absorve.
Que não me suga. Que não me seca para que eu me molhe. Que não te recomeça. Que
não te escolhe. O amor te acena. Agora temos pressa.
Cáh Morandi & Priscila Rôde
setembro 02, 2013
Doer
... mas e essa dor? Teria mesmo sentido que ficasse por tanto tempo? Ao contrário de você, não me abandonou. De tanto convívio, agora a chamo de minha. Minha dor. Há coisas que deixa-se de compreender. Que fique a dor, mas não quero que arda a ferida antiga. Quero alguém que venha me rasgar de novo a pele, com fúria, me deixando em estado de calamidade. Um amor adolescente. Inconsequente, sequente. Uma nova tatuagem, uma cicatriz que se feche diferente. Se vou dolorir, que não seja de saudade. Quero doer, doer, doer de amor.
Cáh Morandi
agosto 27, 2013
me cuida
Não foi necessário dormir para que sonhássemos juntos. Estou descansando com os braços imóveis dentro do teu abraço, seu corpo me protege as costas, tuas mãos se aquecem se fechando e se aproximando em meu coração, sua voz desliza baixo em meus ouvidos, você respira quente sobre meu pescoço arrepiado. Relutei por tanto tempo escolhendo sempre o amor errado. Não cheguei inteira até aqui, mas me entreguei quando você disse que ama todos os meus pedaços. Me cuida, deixa tuas mãos se perderem em meus cabelos para que eu me encontre segura. Guarde sempre teu próximo beijo para mim.
Cáh Morandi
agosto 12, 2013
definições
a realidade me atravessa
já não posso tardar na resposta
tudo agora me define –
decido o futuro
sem conhecer o fim
o amor será adiado,
outra vez
Cáh Morandi
agosto 09, 2013
Pare
Se você não parar exatamente agora, irei me apaixonar. Vou entregar todos os pontos, vou abrir o mais largo sorriso, vou atender todas as suas ligações, vou responder todas as tuas mensagens, vou querer te dar a mão para me sentir segura na rua, vou só conseguir dormir em conchinha para anteceder o sonho. Vou expor todos os sintomas de uma apaixonada.
Mudaremos o domingo para a nossa cama, sem pressa de levantar, tardaremos todos os horários. Redescobriremos novos filmes, os novos poetas irão compor canções para ouvirmos. Irei de novo contar o tempo de soltar o “eu te amo” e sempre será na hora errada, cedo ou tarde demais. Meu guarda-roupa começará a ter peças suas misturadas com as minhas, e nossos cheiros darão um novo ar para minha casa. De repente, estaremos fazendo planos, replanejando sonhos, revendo as possibilidades. E o melhor: podemos incluir todas as coisas novas para o amanhã, o amor nos dirá que sempre será possível.
Pare. Meus poemas se resumirão a todos os teus detalhes. E agora não quero escrevê-los, quero descobri-los.
Cáh Morandi
Cáh Morandi
agosto 05, 2013
primeiro-último amor
Amo o jeito que ele sorri. Amo o som da sua risada. Amo quando o riso atrapalha as palavras que tentam ocupar sua garganta. Ele sorri com gestos. Sorri com a inteligência sutil de me cantar. Me distraí no momento e segura minhas mãos, me contagia com o divertimento de sermos nós. Bobos. Parece meu primeiro amor, mas não quero: seja o último.
Cáh Morandi
agosto 01, 2013
multiplico
construo a poesia para o nosso amor
queria eternizar todos os nós que somos
inútil pensar que posso nos caber - intermináveis,
recomeçamos se achamos um fim,
para nós o horizonte desperta a cidade mais próxima,
não encontro mais em mim o findo
me encho de ti e multiplico:
trapaceamos a eternidade.
Cáh Morandi
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