abro a porta devagar para o passado deixo passá-lo sem me deixar ir trocamos olhares, mas não nos fixamos frente a frente, não lado a lado - nos fazemos parte mas já não nos pertencemos.
Em alguns dias odeio a solidão. Amar e não pode estar é tão injusto. Quero
dizer neste silêncio em que me encontro, nesta saída de cena forçada que te amo
não apenas quando te tenho, mas mesmo quando não mais te alcanço.
"Como eu tremo, você me desmorona sem nem mesmo perceber. Uma simples troca, uma mania inocente de abrir os lábios antes dos olhos pela manhã cada vez que te chamo. Levemente sorri e eu bruscamente desarmo. O que seria do meu dia sem teu impacto? Sem teu tato? Sem você no meu mundo?"
Lembro de quando te vi a primeira vez, como tremi, como um turbilhão de
más e boas intenções vieram em minha cabeça, sinto ainda meu coração disparar.
Desde então já não crio expectativas, meu futuro não será melhor que aquele
dia.
Sempre
sobra alguma coisa, um segundo no tempo, um lapso de memória. Um som, um gesto,
uma palavra, um toque, qualquer coisa viva e intensa. Mesmo mínima, mesmo
perdida em milhões de anos luz, essa pequena faísca que brilhou e apagou quase
que ao mesmo tempo, se eterniza em algum lugar da história. Não morrerá comigo,
você se fez inesquecível.
Cáh Morandi
novembro 07, 2012
A
paixão nos abre caminhos. O amor nos leva para casa.