setembro 20, 2012

20.09.12


não sei se aguento tanto tempo
te olhar e não poder fazer nada,
não tenho dúvidas do que você me causa
te olho, instantaneamente te quero –
me desespero.
não sei o que fazer com você...
já que não posso, não devo
e também não nego.

Cáh Morandi

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Espero vocês por lá! Bjs, Cáh Morandi

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setembro 18, 2012

sobre amor e identidades




Não tenho conseguido me desfazer das tuas digitais
em mim. Em tudo que me olho, te encontro.
Em que parte de mim ainda me possuo ou
será que é só em você que me encontro?
Se não há nós, não sei como, não sei quando
que voltaremos a encontrar nosso próprio rosto
e descobrir nossos velhos gostos de antes
sem nos influenciar pelo tempo que estivemos – juntos.
Volto para casa, mas quando percebo estou na sua rua.
Difícil reacostumar com o nosso próprio endereço.

Um amor é um convite para uma travessia
de quem somos para quem nunca voltaremos a ser.

Cáh Morandi

setembro 12, 2012

12.09.2012


Estou te amando e me odeio por isso
minha vida planejou outra pessoa,
mas meu coração escolheu você
dá para lutar? Melhor me entregar
deixar pra lá o amor dos meus planos
me surpreender com o humano
sem esperar o que é platônico.

Cáh Morandi

setembro 10, 2012

Do eterno


Contamos os dias para não esquecer o sorriso recitenciado.
Pois o cair da noite, por si só, nos guarda na memória,
Vibram na acústica inócua da alma, onde meus onténs somam a ti.
Amei, como nunca havia amado; e é como se a porta abrisse
E o escuro céu sumisse feito vento manso, afinal,
Quantos não sabem ou veem, o possível habitar dentro do outro?
Em mim te encontro e me permito a pausa para os arrepios;
Posso sentir o peso dos beijos nos ombros subir até minha nuca,
Como se houvesse um segundo, esquecido pelo tempo, para nós.
Não cogitei a possibilidade da lágrima, esta orla enfeitada nos olhos,
Que deixei repousar em tuas mãos enquanto eu te alcançava.
Não volte para me roubar, levar o que guardei das nossas histórias,
Ninguém chegou tão perto, sem ser teu peito, a sentir meu coração,
Tão pleno pulsando. Como você encontrou coragem de ir?
O fremir do tempo convoca teus espaços,
Pois minha saudade não é do seu agora,
Nem dos gestos anunciando os labirintos propostos,
Mas de um passado tão presente; do seu queixo quadrado;
De suas confissões precipitando a distância
Subverto assim destemida, tão cautelosa.
Urgente.
Uma eternidade para nosso amor.

Cáh Morandi & Fernanda Fraga

agosto 27, 2012

diretamente




Olha, se um dia você quiser voltar
Não pense duas vezes, eu não sei pedir,
Mas sou tão boa em te querer de novo,
De repente, minha sinceridade me expõe,
Mas a gente cansa de se importar,
Eu tô tentando mesmo ser feliz,
Tô querendo olhar para o futuro
E te ver comigo, pra valer.

Se você tiver outro plano melhor,
Eu aprendo a entender, nós poetas,
Pensamos que tudo é para sempre
Mesmo escrevendo sobre os finais.
Queria terminar contigo, minha vida.
Não sei se ainda te amo,
Mas posso me apaixonar de novo,
Deixar a porta entreaberta propositalmente...
Consegues ver meu sinal de alerta?


Me arrisquei muito neste tempo,
Procurar o amor não foi fácil,
A gente vai muito longe para encontrar
Algo que já passou pelo nosso caminho.
Foi num sábado a tarde e meus cabelos
Ainda estão molhados, essa é a minha
Lembrança do dia que descobri o amor.
Estou lá. Estou esperando que me abrace,
Porque seu abraço medroso me fortalece.
Não dou garantias, não posso te prometer nada,
Mas estou presa nesse segundo em que te amo
E não quero sair daqui, isso é o que sei.


Cáh Morandi

agosto 13, 2012

(re)encontro das águas




As águas que eram calmas, agora são maremotos em mim
Não me peça mais tempo, não diga: outro dia, quem sabe.
Se na verdade o que nos sobra é só o momento, intenso
Que precisa ser já, agora, nesta hora em que grito
Suplico, eu deliro, eu enlouqueço, o amor me devora.

As lágrimas que eram claras, agora são escuridões em mim
Não me peça maior sentimento, não diga: outro dia, você saberá
Se na verdade o que nos sobra é só o silêncio, imenso
Que precisa amar já, agora, nesta hora em que emudeço
Suspiro, repito, eu tropeço, o amor que me forma
Reconheço, seu começo é o meu lugar.

Cáh Morandi & Priscila Rôde

agosto 09, 2012



As muralhas que precisam cair em nossas vidas não estão fora, não vieram prontas de algum lugar para nos cercar: nós mesmos que as construímos ao redor de nós na medida que damos mais espaço para o medo, lugar a insegurança, acreditamos no fracasso, anulamos novas tentativas... Esses "tijolinhos" um dia se tornam fortes e ao invés de nos proteger, acabam nos isolando. Construir se torna fácil, mas graças a Deus que os recomeços podem começar a qualquer hora, inclusive quando a tarefa é desconstruir.


Cáh Morandi

julho 26, 2012



Enfim, sinto meu coração voltar ser livre. Basta um piscar de olhos e tudo vem para fora e nada mais fica oculto, nenhum incômodo se sente confortável em nós, e de repente todo medo acabou, tudo que nos torturava com angústia e consumismo... e o "adeus" , o "não quero mais", o "acabou" rapidamente são parte do nosso novo vocabulário e são compreendidos por nossa mente. Estamos leves porque estamos livres, e quem voa não encontra mais o mesmo lugar de antes no céu: permite-se a cada impulso, um novo registro na eternidade. Nunca mais passaremos pelo mesmo caminho.


Cáh Morandi

julho 25, 2012

Mãos Cheias





Por favor,
Me diga o que fazer com tudo isso,
Me diga onde colocar as memórias
De uma forma que elas me deixem prosseguir,
Me mostre o jeito de curar essa dor,
Me indique o antídoto ou veneno...
Porque eu não quero mais estar aqui, entende?
Eu não sei pegar tudo que foi nosso nas mãos
E colocar fora, como se nada de bom sobrasse

Não quero voltar, ao contrário,
Estou tentando abrir um novo caminho
Tudo que sonhamos e vivemos não se apagará
Valerá ao menos um riso na ponta dos lábios
Num dia chuvoso e frio de setembro

Não podemos ficar, não podemos retornar...
Vamos tentar dar uma chance ao futuro.
Por favor, me ajude a me despedir,
Ainda que a última coisa que me ensine
seja dizer adeus.

Cáh Morandi

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