Para que a dor seja maior depois que o nosso tempo tiver passado, prefiro te ser mais presente nas coisas simples: nas brincadeiras com pipocas nos filmes, na hora do banho em que brinco com o sabonete em tuas costas, nos bilhetinhos que deixo entre tuas roupas, nas marcas de minhas unhas em tuas coxas, em todo meu preparo para lavar louça, o meu corredor preferido no supermercado, minha inquietude em não poder te ver deitar de lado e já me encaixar em você. Em tudo vou deixar um pouco do meu jeito: no reflexo do espelho, em quando eu te pedia um beijo e meu rosto se sujava do creme barbeador, me manter viva nos segundos, nos domingos em que planejávamos mudar o mundo sentados no sofá. Prometo me espalhar por todos os cantos da casa, e não te deixar me esquecer em nenhum gesto ou sorriso em um futuro amor que você possa ter.
agosto 07, 2008
Para as lembranças
(Cáh Morandi)
agosto 06, 2008
Visitante no blog
um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto...
(Paulo Leminski)
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto...
(Paulo Leminski)
agosto 05, 2008
agosto 03, 2008
uma estrela e um astro
amor traidor
nossos braços se cruzam nas costas
em meio as promessas falsas de um pecador
na meia luz são só meios corpos
me enrosco nas pernas do meu traidor
os beijos são cheios de salivas amargas
as palavras tão claras de um doce rancor
no fim a gente nega, se perde na entrega,
uma indiferença tão perto do amor
(Cáh Morandi)
agosto 01, 2008
meu homem e seu menino
julho 31, 2008
Rain, July 31, 2008
A chuva cai devagar, uma garoa chatinha para o último de julho e um frio que parece nos cravar as unhas na pele. Poças de água pequenas se formando na grama, as folhagens pingando, a terra molhada e suspensa. O céu tão cinza e tão gelado que nenhum pássaro poderia voar mesmo depois que toda a chuva passasse. O dia já acordou grafite e dias tão molhados me dão uma certa inspiração. Uma inspiração perto da tristeza, porque são nesses dias que chovem que o que nos faz mais falta pega nosso coração e aperta, aperta tanto até que tudo que a gente lembra vai saindo para fora e se pintando nas paredes do quarto. E então, ver o que se sente dói bem mais. Porque a dor e as coisas que se sente tem rosto, tem voz, tem cheiro, e principalmente tem uma parte da gente que nunca mais vai voltar.
(Cáh Morandi)
julho 30, 2008
Partes iguais
penso antes de dormir,
como está teu corpo?
ainda tão quente
derretendo os lençóis?
penso nessa lembrança
que me arde:
quando o meu corpo
do teu era parte
quando a gente se deixava
em um corpo só
(Cáh Morandi)
como está teu corpo?
ainda tão quente
derretendo os lençóis?
penso nessa lembrança
que me arde:
quando o meu corpo
do teu era parte
quando a gente se deixava
em um corpo só
(Cáh Morandi)
julho 28, 2008
Realidade
Um dia nos tiram alguma coisa e não adianta se prevenir, se precaver ou ficar atento. Isso vai acontecer. Ninguém sai da vida inteiro e os que saíram, bom, eu não os conheci. Uma noite você vai estar perdida ou tão despercebida que irão tirar sua intimidade, e acredite: você vai sentir que anda nua por toda a vida. Um dia vão lhe tirar um riso, uma oportunidade, um direito, algo que você mais gosta ou aquilo que você mais preza. Talvez você perceba na hora, talvez você só perceba muito tempo depois. Não quero parecer pessimista, mas a realidade é assim. Acredite no que te digo: o que vão tirar de você é irrecuperável.
(Repito: Ninguém sai da vida inteiro.)
(Cáh Morandi)
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