agosto 03, 2008

amor traidor



nossos braços se cruzam nas costas
em meio as promessas falsas de um pecador
na meia luz são só meios corpos
me enrosco nas pernas do meu traidor
os beijos são cheios de salivas amargas
as palavras tão claras de um doce rancor
no fim a gente nega, se perde na entrega,
uma indiferença tão perto do amor



(Cáh Morandi)

agosto 01, 2008

meu homem e seu menino



dentro dele
tem um menino que me olha
medroso e inseguro
que se esconde
atrás de um homem de barba
enquanto me abraça
um que me pesa o corpo
um que me pesa a alma
ele ri, ele e o menino
os dois tão perdidos
que não se sabem
quem está mais dentro
um do outro



(Cáh Morandi)

julho 31, 2008

Rain, July 31, 2008


A chuva cai devagar, uma garoa chatinha para o último de julho e um frio que parece nos cravar as unhas na pele. Poças de água pequenas se formando na grama, as folhagens pingando, a terra molhada e suspensa. O céu tão cinza e tão gelado que nenhum pássaro poderia voar mesmo depois que toda a chuva passasse. O dia já acordou grafite e dias tão molhados me dão uma certa inspiração. Uma inspiração perto da tristeza, porque são nesses dias que chovem que o que nos faz mais falta pega nosso coração e aperta, aperta tanto até que tudo que a gente lembra vai saindo para fora e se pintando nas paredes do quarto. E então, ver o que se sente dói bem mais. Porque a dor e as coisas que se sente tem rosto, tem voz, tem cheiro, e principalmente tem uma parte da gente que nunca mais vai voltar.




(Cáh Morandi)

julho 30, 2008

Partes iguais

penso antes de dormir,
como está teu corpo?
ainda tão quente
derretendo os lençóis?
penso nessa lembrança
que me arde:
quando o meu corpo
do teu era parte
quando a gente se deixava
em um corpo só



(Cáh Morandi)

Saudade

Saudade é só uma forma
De sentir o amor pelo avesso

(Cáh Morandi)

julho 28, 2008

Realidade


Um dia nos tiram alguma coisa e não adianta se prevenir, se precaver ou ficar atento. Isso vai acontecer. Ninguém sai da vida inteiro e os que saíram, bom, eu não os conheci. Uma noite você vai estar perdida ou tão despercebida que irão tirar sua intimidade, e acredite: você vai sentir que anda nua por toda a vida. Um dia vão lhe tirar um riso, uma oportunidade, um direito, algo que você mais gosta ou aquilo que você mais preza. Talvez você perceba na hora, talvez você só perceba muito tempo depois. Não quero parecer pessimista, mas a realidade é assim. Acredite no que te digo: o que vão tirar de você é irrecuperável.

(Repito: Ninguém sai da vida inteiro.)



(Cáh Morandi)

Já não tenho previsão para os dias
Já não tenho mais nada do que queria
Mas se por ventura, anos depois,
Quando vier aquela menina, pequena,
Refletindo meus olhos de felicidade
Vou passar horas atrás de vestigios...
Como não poder imaginar, procurar,
Como não pensar que ela terá
O teu mesmo sorriso ao acordar?



(Cáh Morandi)

julho 27, 2008

Feito flor


ele diz que sou flor
e de repente me toca
me abre e respira
me chama pra vida
pétala por pétala
no chão despida



(Cáh Morandi)

julho 25, 2008

Obrigada


Hoje é o dia! Estou num misto de felicidade e ansiosidade! Como disse ontem no meu outro blog, repito aqui: hoje é um dia de somente lembrar e agradecer por tudo de bom que tem acontecido... Nada, absolutamente nada de ruim deve ser considerado! Quero agradecer aos amigos que se mostraram presentes, a tanta ajuda e carinho que recebi de onde não esperava! Um beijo no coração a todos aqueles que vibraram comigo e que vibrarão hoje a noite! Nem tenho como descrever o tamanho da minha felicidade!! Hoje, sem dúvida, é um dia inesquecivel para minha vida pessoal, porque é o primeiro lançamento do meu primeiro livro (dos muitos que viração, espero)! Aos meus leitores de longe, tenho certeza que seus bons pensamentos estarão comigo! Aos meus amigos, familia e leitores que me encontrarão hoje a noite: vibraremos muito!


OBRIGADA!

Relembrando
Lançamento do mini-livro "Borboletas no Estômago"
Local: Biblioteca da Faculdade Sinergia
Horário: das 19:00h às 20:30h

julho 24, 2008


arrumando as malas
para ir embora

a casa perdendo
o cheiro da tua roupa

e um riso forçado
no canto dos lábios
em sinal de:
“- tudo bem, pode ir...”

e a felicidade não passará
de um descolorido retrato
guardado no fundo do armário
com todos os sonhos cometidos



(Cáh Morandi)

Curta