Ter do que se lembrar não nos remete a fotografias e vídeos, nem a memória viva da face daqueles que amamos, embora isso possa parecer egoísmo, mas uma saudade forte é ainda poder saber a intensidade de como nos sentimos naquele momento em que tudo isso fez parte de nós; de lembrarmos o nosso arrepio no corpo de quando conhecemos nossos amores que partiram, a forma que nos sentíamos quando os víamos dormir, quando os beijamos, quando fomos quase únicos. Saudade que faz falta é quando nos olhamos ainda na infância, brincando em balanços e parece que o vento nunca parou de nos tocar a face e de levantar nossos cabelos. Então a saudade não está em lembrar... Saudade é ainda poder sentir.
(Cáh Morandi)