junho 24, 2008

Segredos no silêncio




eu te escrevo, embora ninguém entenda
que nesse silêncio te revelo meus segredos;
escrevo e te amo, porque não há outra forma
de passar pela vida se não passares comigo;
me guarde perto das coisas que levaste
para contar quando tudo já estiver tarde;
me eternize num feliz retrato que nenhum poema
ainda conheceu, pois que é só teu meu riso;
não me esqueça, não me deixa, nem parta,
porque agora a inspiração é farta
de tanta rima que surge no teu beijo;
e quando te tenho, e te recebo,
e vens me invadindo o mundo
ah, por esse segundo
eu daria a eternidade inteira.



(Cáh Morandi)

junho 23, 2008

Sobre o abraço




Se um homem soubesse o poder que seu abraço tem ao acolher uma mulher, a segurança que ela sente, todas as melhores coisas que passam em sua mente, o quanto ela se entrega. Se ele desconfiasse que naquele momento ele a tem inteira, completa, repleta de uma felicidade extrema. Será que ele se manteria ali por mais alguns segundos? Será que a pressa de um abraço seco se tornaria próximo do que uma mulher sente? Será que ele entenderia que essa coisa tão simples, tão gratuita, dentre muitas coisas no mundo é o que gente mais precisa, é o que nos abriga, é o que dá paz ao nosso sono?



(Cáh Morandi)

junho 22, 2008


o que me der na telha eu faço
escrevo, me rasgo num poema
isso não é problema dos maiores
há coisas que são bem piores,
por exemplo: saudade e solidão.
não, só o amor que tem dois gumes
que dói de tanta felicidade
se por candura ou por maldade
isso também não sei dizer;
o que importa é que a gente “tá por aí”
para quem quiser se arriscar,
se apaixonar ou virar poesia




(Cáh Morandi)

Rápido


e quem me dera que de sorte
ele me amasse
sem eu ter que pedir,
sem eu ter que gritar;
quem me dera que ele
viesse sempre carente,
sempre contente
como no começo parecia;
mas não, passou o
primeiro momento,
o encanto e magia;
tão rápido passa o amor
que tão pouco durou
e já vira nostalgia





(Cáh Morandi)

junho 21, 2008



Me enchi de uma coragem que até então eu desconhecia, a suportei, não tremi, não gelei, nada, absolutamente nada, nem minha voz, nem ela que é tão delicada e doce como se ainda fosse uma criança, desafinou ou tropeçou:
- Amor, tu me ama?
Ele demorou, talvez mais do que eu pudesse ter suportado, era tempo de eu ter vivido e renascido centenas de vezes. Então por um momento, algo gelou, algo deu de voar para longe, e esse algo era uma espécie de esperança e medo, ainda não respondidos:
- Te amo, mas enfim que já é tão tarde...
Depois eu fui desmoronando, até entender que o amor era algo diferente de mim. Que o amor não tem a mesma urgência, a mesma crença e gana que eu tenho de me sentir viva, ou de apenas sentir.


(Cáh Morandi)

junho 20, 2008

eu não tenho medo da morte,
eu tenho medo é da sorte
sendo tão boa me trazendo você

(Cáh Morandi)

me engana (eu gosto!)


ele lança um sorriso
pensa que vai me ganhar,
disfarço, nem vejo
ele me faz notar
sacana, me engana
dizendo me amar
ele me leva de um jeito
para dentro do olhar
e tanto me prende,
me deixa sem jeito,
ele me faz acreditar





(Cáh Morandi)



eu acredito
que Deus não acredita
mais em mim...
não, eu nunca menti,
mas é que ao orar
eu sempre ri
em vez de chorar...
ele pensa que sou forte,
ele pensa que tá tudo bem,
e na verdade está...
Ele me olha de lá,
eu o cumprimento daqui
e dia desses, depois de tudo cumprido,
a gente se fala, a gente se acerta
se Ele deixar a porta do céu aberta
para essa pagã entrar
.
.
(Cáh Morandi)

junho 19, 2008

Duvido!

.
.

se você mentir
eu acredito,
principalmente
se diz:
- não te amo...
ah, amor, eu d-u-v-i-d-o!

.
.

Suspenso


você me complementa
me faz inteira
me faz primeira
estrela da manhã

você me experimenta
me faz brincadeira
me faz clareira
janela pagã

o que você vê
se me olha?
o que você quer
de mim agora?

No que você crê
Se me molha?
O que você tiver
De mim vigora ?



(Cris Souza e Cáh Morandi)

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