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não nego, eu sempre me entrego se o tempo insiste em me levar mergulho no vento sem horas a vida tem costume de voar me entrego, eu nunca nego que algumas vezes quis ficar sentada descalça na calma varanda em vez de ir, vendo tudo passar
Vez em quando eu olho para trás e o passado se esconde ou some, algumas vezes dorme... Vez em quando o passado me olha e eu me escondo ou sumo, algumas vezes durmo... Às vezes ele acorda com fome e me devora por completo; Às vezes eu desperto e me revolto e o reviro só para o atingir ; Nem sempre nos cruzamos, evitamos de nos topar, de nos ferir.
eu gosto de te olhar até travar tua fala até a gente se encaixar no chão da nossa sala; eu gosto de te desconcertar só para te reinventar de todas as formas que te desejo; eu gosto de te contrariar, de te ferver, de te irritar só para depois sorrir, te encantar, te desmoronar, te deixar sem jeito.
Como será estar no seu lugar e saber que está me perdendo? Como será quando você me olha e se alguma coisa chora ao me ver? Como será quando não falo contigo e é vazio o mundo que já foi abrigo? Como será quando esperas que te amo e no fundo é engano ainda acreditar? Como será não ver e poder acordar não mais me amar toda manhã? Como será esse tempo de esquecer todas as coisas que criei para você? Como será só me encontrar por acaso lembrar o passado e sorrir sem sofrer?
Se eu não chegar a tempo Se eu não resistir até o próximo dia Se eu embarcar sem aviso Se eu tomar chá de sumiço Guarde esse pequeno escrito Que pode até não ser bonito, Mas que fiz pensando em você Então, se eu desaparecer Lembre de relê-lo sempre Para não esquecer da gente Para me manter viva em ti
Relembrar da forma que sorri Enquanto te escrevia esse verso
se toma um susto quando a gente se nota depois de tantos anos; tudo mudado ao se ver no espelho; e ao se olhar por dentro lá estava no tempo o coração aberto a mercê dos temporais
Cortinas de primavera encobrem a janela que nela veja flores pois que o outono chega Ao meu redor, tudo é teu nome e a estação passa tão lenta
Giro no mundo, em tudo eu te vejo as pétalas que viste ao caminho comigo Tem o mesmo teor da tua face Teu beijo...
Há tanto de ti que ainda desejo e a minha alma suave te quer plenamente como os sonhos que resistiram ao tempo cujos passos jamais prescrevem
O que restou do tal paraíso dos anjos nossos tão belos? Das longas tardes de risos, das mãos que em laços se deram?
Os passos se confundem no caminho são trôpegos ditos de promessas feitas Os planos são castelos de areia ilusão de miragem que a paixão alimenta
Cada dia é um dia que espero tua volta Cada instante mais frio arrefece-me a calma Dessa alma minha que só sabe ser tua Desse corpo meu que suspira tua boca Nessa falta que fazes, gritante e tão louca