abril 16, 2008

For every absence, April



(para Andrew, meu amor)


1.
desculpe, mas nem sempre vejo as coisas
não por não querer, não por esquecer
(eu ando pela vida tão cega)
em tudo, tudo que posso é sentir
(então, desculpe se não te vejo, se nem falo
mas em qualquer coisa que fazes... te sinto)
eu sou grande demais para o tempo
e ele não me entende, então de repente
ele me comprime o ar para me suportar
dentro de um dia, e eu fico pequena


2.
tem tantas horas que te reconheço
quando me deparo com o mar lá fora
e se penso que você é o oceano
eu quase pulo e me jogo ao
imaginar teu abraço,
em pensar em tudo que pode
ou poderia ser se estivesses aqui;
beijos que desenhei pra te dar
com estrelas para grudar no céu
de tua boca;
nem sempre o mar, mas sempre você
fica se parecendo com o amor
que mora em mim;

3.
não é o peso da vida que dói
ao contrário: é essa leveza, que se arrasta
e leva a qualquer canto;
não são os dias que não acordo contigo;
não são os filmes que vejo sozinha;
não são as músicas que tocam sem rima;
é te ver como coisa de amor
tão longe que não parece minha;
vivo descobrindo que te amo,
quando a saudade arde e eu grito;
quando teu nome é manchete nos jornais;
quando o amor nos poemas repito;
quando me falta um segundo de paz;




(Cáh Morandi)

Flores no metálico

Já passo mais doce
Na avenida metálica
Fico a requebrar cores
Sob o vestido tão rodado
Do estampado caem flores
Que se colam no asfalto

(Cáh Morandi)

Feito Chuva

Essa manhã a chuva tirou para
Dar banho no mundo,
Descarregar o céu,
Dar de beber a terra,
Molhar a primavera,
Chorar feito eu


(Cáh Morandi)

Falta amanhecida



tem dias que acordo já sentindo falta
... do beijo que não roubei
... do caminho que neguei
... do amor que foi omitido
dessas coisas que não fazem sentido
de se engolir no café da manhã


(Cáh Morandi)

Argggg

Você não vê, não sabe
Essa coisa ruim que sinto,
Que minto se digo
Que não é saudade

Você ri alto, sarcástico,
Duvidando isso de mim,
E maquia o que diz,
Seu mentiroso fantástico!

(Cáh Morandi)

abril 15, 2008

Sem poesia




Leve noite, sentados na varanda
E a vida é tão de repente
Como um beijo não esperado
Calmo e doce, tudo vem chegando
As nuvens, as estrelas cintilantes
Algumas delas confundidas com astros errantes
O vinho nos enternece e nos eleva
E ajuda nossos sentimentos voarem
Pela imensidão do universo
Vigora um riso a cada verso
A música toca, o ritmo nos vibra
E não há rima, não há poesia
Nessa paisagem de eterna fotografia



(Antonio Seixas e Cáh Morandi)

Um

Somos corpos, somos almas
Destino escrito em nossas palmas
Temos sentimentos diferentes
Amor latente e um mesmo desejo


(Antonio Seixas e Cáh Morandi)

Devora-me..


- você é tão linda... deveria tomar cuidado!
- porque cuidado?
- por que posso devorar você!
- então não terei cuidado algum...



(Cáh Morandi)

abril 14, 2008

Outra de mim


Há um lado em mim que desconheço
a quem eu desconfio que pertenço
porque me assusta e me dá medo
me ver assim estranha ao avesso
de outro jeito, de outra cor,
com outra roupa, outras taras,
quando faço algo sem amor
se me vejo com outras caras




(Cáh Morandi)

Ataque!

Sofro de ataque:
De saudade e de riso!
Se falta o que preciso
Se transborda solidão


(Cáh Morandi)

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