março 09, 2008

não sei



eu não sei amar, meu amor
eu não sei te amar
sem amor.
.
.
(Cáh Morandi)

poesia que nasce e morre


eu estava no chuveiro
dando banho na alma
doce e calma
molhando os pensamentos;
daí veio uma poesia
que eu declamava
e formava bebendo
a água que escorria;
era uma poesia linda;
era minha melhor poesia;
tinha a rima incerta
e a dose certa
entre o amor e alegria;
Sai do banheiro
na expectativa
de colocá-la no papel,
mas não consegui;
nunca mais encontrei
aquelas palavras certas...

e me bateu uma tristeza
de deixar morrer aquela
poesia que foi tão bonita,
que foi tão minha e tão lavada;
sosseguei, mas demorou para
entender... dessas poesias
que só nascem e somem
a tempo de serem sentidas.
.
.
(Cáh Morandi)

março 07, 2008

Pequena


nada de imenso
nada de absurdo
sem palácios
sem reinos


me agrada uma casa
pequena
que já basta
a vida de grande;
e tendo o teu
amor ao bastante
tu me entregas
a felicidade
inteira.






(Cáh Morandi)

A todo instante


no fundo o passado
fica borbulhando
no presente
e se te afastas
das lembranças
elas te esperam
ali na frente:
vivas no futuro

mas entendo
que isso é no fundo
que se sente
e de muito
e de tanto;
tão de leve
tão recente
que tantos anos
tanto tempo
tantos rostos depois
e parece
que o passado acontece
a todo instante.

.
.

março 06, 2008

Quanta "coisa"


quanta "coisa" que falta
entender ou desentender
do coração da gente
do amor que se sente

devia doer?
devia arder?
talvez... talvez sim
enquanto
o amor persistir
enquanto
o amor existir
enquanto o amor for tudo isso,
enquanto for aquela "coisa"
que salva e mata
que fere e cura
enquanto o amor for loucura,
... um total desentendimento

amargamente doce
fortamente suave
... sentimento.
[Cáh Morandi]

março 05, 2008

Ultimato


Preciso me deparar contigo
Dia desses, sem compromisso,
De surpresa, com beleza,
Com calma e espanto

Preciso da cor do teu riso
Liras dessas, sem frescura,
De alento, de cândura
Com pressa e remanso

Vai lá, deixar nosso tempo
ser a dose pura e sem medida
de tudo em que és encantamento,
doçura, leveza e serena vida

Vai lá, brilhar nosso momento
Ser o olhar de brisa e vertigem
De canto em que és alumbramento
Ole que flui, vigor que me brinda !

[ Cáh Morandi e Cris Poesia ]

março 04, 2008

Trêmula



três estações se passaram
desde aquela vez
em que você desenhou
seu mundo aos dedos
em minha barriga
(seu mundo de terremotos,
intensos, quando eu ria)
e como as coisas que acontecem
sem que se perceba a tempo
o amor foi passando
a gente se estranhando...
os planos desfazendo;
você me deixou te lembrando
eu te deixei me esquecendo...



mas será que pensas
se eu ainda sinto o doce
trêmor de teus dedos?




[ Cáh Morandi ]

março 02, 2008

Vôos de uma partitura



Com olhar luminoso
come estrelas
a menina
transcendendo a música
da alma
corpo celeste
nos dedos agônicos
do não dito
in vôo uni forme
chocolate pinga
a lamber sonhos
bocejantes
a menina se ria
afundava mãos na terra
vestido florido
de novas primaveras
cabelos leves na brisa
ela girava em terras rosas
inventadas imaginação com asas,
de pequena borboleta.

** Gaivota **& Cáh Morandi

Em letras Evaporadas





Ah! Meus ouvidos
ouçam o mar que arrebenta à praia
Ah! Meu sol, diz pras margaridas
gargalharem no colchão
durmo doces suspiros
Ah! Meu perfume
envolve jasmins, deita a meu lado
quero acordar sentindo tua brisa
Hoje o dia sangrou tragédias redigidas na vida
preciso evaporar em letras macias.
Estendo o corpo
abraço o tempo que está por-vir
Ah! Quantas coisas vivem apenas
na vontade ou na memória
Ah! Minha história torta e
certa pelo avesso
Ah! Meus pesadelos verdadeiros
guardando segredos em livro


Apaga-se no céu a lua
nua
sorrio pra noite escura
uma estrela que é só tua



** Gaivota ** & Cáh Morandi **

fevereiro 28, 2008

Isso sim




Sorte é ter a boca dele
Se escondendo em minha nuca
Ali morando, ali amando, ali fazendo
Sua língua quente derretendo
Em mim sugando, em mim lambendo
Seus dentes na pele afundando
No corpo comendo, no corpo mordendo
Sorte é ter um amor para se viver
Que de tanto prazer se desmancha ardendo.



[ Cáh Morandi ]

Curta