fevereiro 19, 2008

Ecos



(em parceria com Alex Simas e Cris Poesia)

Meu jeito secreto de lhe falar
Cala-se no limite das palavras
Silencie, há coisas feitas para sentir
Através do grito do meu olhar
Vagueia sons pela noite a fora
Horas te desenho, ar que sufoca
Sussurra teu nome aos ouvidos
Lábios encharcados de serenidade
Desritmo, ao ritmo que forte surges
Tua face abrangendo todo meu ser
Emudecendo-me com teus beijos
Toque no meu toque, fervendo
Cheiro no meu corpo entranhado
Abraçando-me em roucos delírios
Sacio-me de ti, dispersos sentidos




[ Alex Simas, Cris Poesia & Cáh Morandi ]

fevereiro 18, 2008

Acalanto

(em parceria com Cris Poesia)



Ele está partindo
Com parte de mim
Na bagagem do peito;
E meus olhos ficaram
A te olhar, viagem seguir

Ele está deixando
Um todo de si
No caminho do coração;
E meus lábios ficaram
Teu gosto a me despir

Como ele pode ir?
Tem tudo dele aqui!
Suas digitais pela casa
Seu amor dentro de mim

Como posso esperar?
Se minha alma ele levou
E pelos cantos rastros deixou
Sua presença, acalanto sem fim



~Cris Poesia & Cáh Morandi~

O prazer de ser





Já não quero ser grande, forte, inatingível.
quero ser, por hora, de um tamanho que
eu ainda me reconheça, que ainda saiba
me encontrar no passado ou um dia no futuro.
Quero ser humana, quero ser carne e osso,
quero sentir, quero tocar... quero poder
ser isso que sou na medida qualquer do tempo,
estar sempre pronta a me recompor das tempestades;
Não devo estar tão errada...

Há tanta água no oceano que se deixa evaporar
pelo único prazer de voltar a ser uma gota de chuva.




[ Cáh Morandi ]

Pelo avesso: poesia




A poesia mora dentro de mim
É como se ela estivesse tatuada
Por debaixo de minha pele
Que se me virassem pelo avesso
Eu seria toda palavra,
Meu corpo um verso inteiro.



[ Cáh Morandi ]

fevereiro 15, 2008

(Presente:) Você na fotografia



(Para Cáh Morandi)


Eu vi tuas fotos hoje
E hoje aquela chuva fina
Lavada de sol e arco-íris
Caiu-me sobre as telhas.
E hoje não me cuidei o corpo
Como se só alma fosse,
Éter no espaço... eterno.
E então não fui eu mesmo
(Esse eu dos dias)
Fui mais, fui o próprio verão
Fui as cores
Os risos
Fui a disposição dos vivos
E pus-me a criar histórias
Que me inseriam em tuas fotos.
E sem querer, criei um futuro impróprio...
Não me importei
Trajei um largo sorriso
Calcei do veludo das nuvens
E fui-me aos sonhos... onde tu és tudo



*(Caetano César Diniz)*

fevereiro 14, 2008

Então olhar-te




Aquele dia...
(Aquele dia que fui somente sua)
Eu tremia dentro do vestido
Que se desenhava com o vento
Sobre meu corpo claríssimo;
Lembro que você apoiou
As mãos em minha cintura
E me beijou o queixo e depois os lábios
E então eu fui parando de tremer;
(Fui começando a me entregar)
Quando você me tocou dessa forma,
Quando eu te senti a primeira vez;
Quando nos embebedamos do desejo,
Quando por fim o amor foi cometido,
E descansamos na paz de nosso abraço
Banhados de nosso próprio suor;
Olhar-te nos olhos... apenas olhar-te...
Era como chegar com toda a primavera
No último dia grafite de outono.



[ Cáh Morandi ]

fevereiro 13, 2008

(Presente:) Reverencio seu coração


(Para Cáh Morandi)


Observo
cada movimento espontâneo
Digo isso para que todos os outros saibam
Porque é certo que mesmo isso você já percebeu
Nem creio que haja algo que tenha fugido
à sua percepção, ou sentimento.

Então reverencio ao seu coração... apenas....



( Ociné )

Mar para os olhos


Você está tão perto
... te sinto tão longe
Nem mãos de corpo
Nem mãos de alma
Te alcançam...

É como ter um mar inteiro para beber
Com os olhos.



[ Cáh Morandi ]

fevereiro 12, 2008

Nada além


(em parceria com Cris Poesia)


Nenhum outro beijo
Alcançou-me tão fundo
Porque contigo
Plantei os pés
Numa primavera

Nenhum outro olhar
Invadiu-me tão além
Porque contigo
Perdi as horas
Eternizando segundos

Nenhum outro cheiro, anseio...
Nenhum outro corpo, desejo...
Em tudo eu te brindo, te sinto
Em tudo eu te roço, te afloro
Amor, tudo em ti eu adorno!



[ Cris Poesia e Cáh Morandi ]

Quando chegar meu mundo





Logo virá um tempo
Em que eu terei um mundo
feito para mim;
Regarei a
minha terra,
Cuidarei de minhas flores,
Alimentarei os meus sonhos;
Hei
de olhar dentro dos olhos
Verdes e pequenos do
[ meu mundo ]
E soltar
seus cabelos castanhos
Para voarem ao vento;
Hei de pegar as
mãos
Pequenas e delicadas do
[ meu mundo ]
E conduzi-lo a um
lugar
Onde só haja paz;
Hei de amar por completo
E sem medida o
[ meu mundo ]
E depois dá-lo a um mundo
Que não sei quem é o dono;
Mas
ele irá lembrar das
Coisas de meu tempo;
E ele irá se sentir
seguro
Quando lembrar do meu
Olhar fixo;
E de minhas mãos
segurando
As suas, firmes;



[ Cáh Morandi ]

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