novembro 10, 2007

Dentro do poema


Devo te escrever com calma
E com firmeza nessa hora
Porque te escrevo para dizer
Que no mundo deves ser
O homem mais amado


Cada letra tem o significado
De escrever de meu amor;
Ter o dom capaz e portador
Do grande mistério carregado
Dentro de nosso próprio peito


(coração)(CORAÇÃO)(coração)

(Você é meu coração)


Quem mais, em pleno
Ano de 2007
Se apaixonaria
Por uma menina
(mulher, eu diria)
Que escreve poesia
Para declarar seu amor?


Ah, meu querido,
Que estupendo delírio
É amar-te entre versos
Há encontros diversos
E te encontrei num poema

E pela primeira vez na vida
O amor teve rima,
Teve cor, teve nexo.


[ Cáh Morandi ]


novembro 09, 2007





O ar que enche meu pulmão
Se mistura com o amor
No vai e vem de minha respiração
*
Transação de mundos
Nos seus tons de sol [...]

Cáh Morandi

Minha casa




Dia desses
Vais chegar à minha casa
E descobrir quem sou
Além dessas palavras,
Das coisas que sinto,
Do que vejo e escrevo...
Vais perceber
Que ando descalço
Com cabelos alvoroçados
Sem maquiagem no café
Vais rir quando ver
Eu me vestir para dormir
Como sento para jantar
Meu jeito, maroto, de amar,
Tem vidas que te espero
Debruçada na janela
Ouvindo o som do mar.
Meu lar será teu lar
Pelo tempo que durar
O teu encanto.


- Cáh Morandi -

Mudanças (des)necessárias



Eu durmo lembrando dos beijos,
De todos os beijos que não mais provarei,
Daquele abraço (tão apertado)
Que não mais receberei pela manhã,
Do amor no meio da madrugada
Que nunca (nunca mais) contigo farei,
Eu durmo remoendo tua falta,
Ouvindo tua voz cantar ao meu ouvido,
Acreditando que seria possível
Eu me unir ao teu destino


De súbito eu me deparo
Aos altos muros que a paixão
Tem me cercado por precaução;
Fico presa com meus instintos,
Meus desejos famintos,
Minha fome de cão;
Eu tomo minha dose diária
De recordações e fotografias
Dia e noite, noite e dia,
Fio por fio das horas cortantes


Meu amor, prometo te esquecer
Quando chegar o primeiro dia de outono,
(Contando mil séculos daqui para frente)
Livrar-me de teus dedos pela casa,
Despir-me de tua blusa amassada,
Prometo não te amar quando te olho,
Nem por um instante te desejar comigo,
Farei novas compras num domingo
Daqueles curtos e provocantes vestidos
Que nunca usei para te preocupar,
Novas maquiagens e saltos altos,
Pisar fundo nas curvas do asfalto,
Eu prometo ser mais intensa
Quando a vida for amena,
Vou ser outra sem você.


- Cáh Morandi -

novembro 08, 2007

Série: Poemetos



Um ponto de interrogação enorme
Ficou pulsando no livro de memórias
Justo na parte de minha história
Onde eu encontrava o amor.


[ Cáh Morandi ]

Dos amores que se bastam




Eu quero acreditar na possibilidade
Dos amores não efêmeros
[ Não passageiros ]
Invariáveis a previsão do tempo
E a pegajosa rotina diária.
Amores com raízes,
Firmes, fortes, profundas.
Amores capazes,
Auto-suficientes.
Amores que bastam
Somente pelo amor.



- Cáh Morandi -

[beijo]

novembro 07, 2007

You, time of the world


(Para Andrew)

O bater das asas de uma borboleta
Fazem com que o mundo gire,
Vinte quatro horas, volta completa,
Dançarino azul na escura imensidão
De constelação de astros e estrelas no infinito,
Mas, por vezes, esse seu sorriso
Prende o tempo numa redoma de
Puro encantamento e beleza


(Borboletas descansam
E pousam nos grãos de areia)


O mundo pára por um único segundo
Enquanto você sorri, e eu me pergunto:
- Que mistério pode ser tão profundo?
Mais do que o mais fundo do mar!
- Que mistério pode ser tão impossível de tocar?
Mais do que as nuvens no céu das nuvens!


Que segredo há por trás dos seus lábios
Capaz de cometer esse absurdo
[parar o mundo!]
Só porque você sorri!


- Cáh Morandi –

As palavras certas


Quando não me escutas,
Outra poesia muda
Cega e deserta
Fica vagando
Em meu pensamento
Procurando o verbo
Certo, com nexo,
Para voltar a te falar,
Mas sempre encontro
A forma exata
Demasiadamente tarde,
E tu já dormes
Sereno entre lençóis,
E fico contando
As paredes sem cor
De todo esse amor
Que juro ser teu.


- Cáh Morandi –

O sopro


Em meus sonhos
Perduram meus desejos
E o gosto derradeiro
Da fruta pega
Ao pé de sua árvore...
Minha infância,
De pequenas alegrias
Deixaram marca viva
Pena foi esse
Meu sopro nos cata-ventos
Que fizeram o meu tempo
(Em redemoinhos
De sentimentos)
Passar...

- Cáh Morandi –

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