
novembro 09, 2007
Minha casa

Dia desses
Vais chegar à minha casa
E descobrir quem sou
Além dessas palavras,
Das coisas que sinto,
Do que vejo e escrevo...
Vais perceber
Que ando descalço
Com cabelos alvoroçados
Sem maquiagem no café
Vais rir quando ver
Eu me vestir para dormir
Como sento para jantar
Meu jeito, maroto, de amar,
Tem vidas que te espero
Debruçada na janela
Ouvindo o som do mar.
Meu lar será teu lar
Pelo tempo que durar
O teu encanto.
- Cáh Morandi -
Mudanças (des)necessárias

Eu durmo lembrando dos beijos,
De todos os beijos que não mais provarei,
Daquele abraço (tão apertado)
Que não mais receberei pela manhã,
Do amor no meio da madrugada
Que nunca (nunca mais) contigo farei,
Eu durmo remoendo tua falta,
Ouvindo tua voz cantar ao meu ouvido,
Acreditando que seria possível
Eu me unir ao teu destino
De súbito eu me deparo
Aos altos muros que a paixão
Tem me cercado por precaução;
Fico presa com meus instintos,
Meus desejos famintos,
Minha fome de cão;
Eu tomo minha dose diária
De recordações e fotografias
Dia e noite, noite e dia,
Fio por fio das horas cortantes
Meu amor, prometo te esquecer
Quando chegar o primeiro dia de outono,
(Contando mil séculos daqui para frente)
Livrar-me de teus dedos pela casa,
Despir-me de tua blusa amassada,
Prometo não te amar quando te olho,
Nem por um instante te desejar comigo,
Farei novas compras num domingo
Daqueles curtos e provocantes vestidos
Que nunca usei para te preocupar,
Novas maquiagens e saltos altos,
Pisar fundo nas curvas do asfalto,
Eu prometo ser mais intensa
Quando a vida for amena,
Vou ser outra sem você.
- Cáh Morandi -
novembro 08, 2007
Série: Poemetos
Dos amores que se bastam
novembro 07, 2007
You, time of the world

O bater das asas de uma borboleta
Fazem com que o mundo gire,
Vinte quatro horas, volta completa,
Dançarino azul na escura imensidão
De constelação de astros e estrelas no infinito,
Mas, por vezes, esse seu sorriso
Prende o tempo numa redoma de
Puro encantamento e beleza
(Borboletas descansam
E pousam nos grãos de areia)
O mundo pára por um único segundo
Enquanto você sorri, e eu me pergunto:
- Que mistério pode ser tão profundo?
Mais do que o mais fundo do mar!
- Que mistério pode ser tão impossível de tocar?
Mais do que as nuvens no céu das nuvens!
Capaz de cometer esse absurdo
[parar o mundo!]
Só porque você sorri!
As palavras certas

Quando não me escutas,
Outra poesia muda
Cega e deserta
Fica vagando
Em meu pensamento
Procurando o verbo
Certo, com nexo,
Para voltar a te falar,
Mas sempre encontro
A forma exata
Demasiadamente tarde,
E tu já dormes
Sereno entre lençóis,
E fico contando
As paredes sem cor
De todo esse amor
Que juro ser teu.
- Cáh Morandi –
O sopro
O abraço perto do fim

- Cáh Morandi -