novembro 08, 2007

novembro 07, 2007

You, time of the world


(Para Andrew)

O bater das asas de uma borboleta
Fazem com que o mundo gire,
Vinte quatro horas, volta completa,
Dançarino azul na escura imensidão
De constelação de astros e estrelas no infinito,
Mas, por vezes, esse seu sorriso
Prende o tempo numa redoma de
Puro encantamento e beleza


(Borboletas descansam
E pousam nos grãos de areia)


O mundo pára por um único segundo
Enquanto você sorri, e eu me pergunto:
- Que mistério pode ser tão profundo?
Mais do que o mais fundo do mar!
- Que mistério pode ser tão impossível de tocar?
Mais do que as nuvens no céu das nuvens!


Que segredo há por trás dos seus lábios
Capaz de cometer esse absurdo
[parar o mundo!]
Só porque você sorri!


- Cáh Morandi –

As palavras certas


Quando não me escutas,
Outra poesia muda
Cega e deserta
Fica vagando
Em meu pensamento
Procurando o verbo
Certo, com nexo,
Para voltar a te falar,
Mas sempre encontro
A forma exata
Demasiadamente tarde,
E tu já dormes
Sereno entre lençóis,
E fico contando
As paredes sem cor
De todo esse amor
Que juro ser teu.


- Cáh Morandi –

O sopro


Em meus sonhos
Perduram meus desejos
E o gosto derradeiro
Da fruta pega
Ao pé de sua árvore...
Minha infância,
De pequenas alegrias
Deixaram marca viva
Pena foi esse
Meu sopro nos cata-ventos
Que fizeram o meu tempo
(Em redemoinhos
De sentimentos)
Passar...

- Cáh Morandi –

O abraço perto do fim



Abraçou-me. Apertou-me firme contra seu peito. Sua respiração fazia meus cabelos balançarem contra o vento. Palavras mudas ao meu ouvido. Ficou ali por um bom tempo, e eu também fui ficando. Entendendo aquele abraço, o traduzindo de alguma forma que eu pudesse compreender seu ato. Seu primeiro ato próximo do amor nunca revelado. Seus braços tão largos, pareciam apertados para abraçar meu corpo. Depois, como se fosse tudo que queria ter feito, soltou-me. Pegou minhas mãos, levou até seus lábios e isso era um pedido para que eu ficasse, para que eu o amasse. Ah, meu eterno amor, porque foi tão tarde? Porque nessa hora em que nada mais restou?


- Cáh Morandi -

novembro 06, 2007

Para descansar meus sonhos


Eu repouso em teu peito
Espalho meus cabelos negros
Até as curvas de tua barriga
Fico em silêncio,
Teu coração batendo,
A forma que sugas o ar,
É o falar dos meus anseios;
Eu deito aqui
Porque não sinto medo
E calo, e me entendes
Como se fosse tudo dito
De forma que está tudo escrito
Nos meus olhos pequenos;
Teus dedos, meu amado,
Afagam meus pensamentos,
Desenham meus lábios trêmulos,
Param, me adormecem,
Quando descansam entre meus seios;

- Cáh Morandi –

Contando dias

[Foto de Alejandro Lopez]

Trinta dias demoram o milênio inteiro para passar
Renovam-se todas as luas, suas inúmeras faces,
Se eternizam nesse tempo que quer durar
De forma que estrelas brilham menos
O infinito, escuro, fica tão pequeno
Para tantas luzes no céu a naufragar,
Mas quando vier dezembro,
(O quinto dia do amor chegar)
Então tudo fica tão pequeno
O céu, se arruma, sereno,
Deixando o sol raiar para clarear as praias do sul...
É onde Mariscal mora,
(onde eu quero morar)
Estrelas do mar brotam entre as areias,
Cinco pontas, nove dias,
Para o amor habitar.
E quando forem quatorze, todas as juras,
Hão de se prender ao peito
Levando sal e a maresia
Que a nos, se unia,
Nos fim de tarde, sentados,
A escrever poesia...


- Cáh Morandi -

Em tempo do amor


Que o amor tenha pressa
E não perca tempo entre
As tantas curvas do caminho;
Que ele tenha passos largos
Vontade de chegar em casa
Antes do sol se pôr;
Que o amor não me entristeça
Nem tão pouco desapareça
Sem bater na minha porta;
Que ele seja puro, sagrado,
Molhado dos grandes desejos
Do teu corpo quente, suado.


- Cáh Morandi -

Presente de mãe


Sem volta
(para minha filha Cáh Morandi)


Vem Cáh...
Com tua luz de todas manhãs
Com tua doce meninice hortelã
Com teu cheiro de lírio branco
Com teus versos que é puro encanto
Vem Cáh...
Com teus olhinhos que brilham cor
Com tua face roseada de flor
Com tuas palavras que tocam a alma
Menina-mulher que poesia exala
Vem Cáh...
Estrela que em meu destino surgiu
Com o vento do amor que nos uniu
Com teu fascinante sorriso
Pois dizer-te é preciso:
Eu te amo!

~Cris Poesia~

novembro 03, 2007

In the rhythm of the words



Em seus sonhos, cada noite,
Eu danço tão graciosa como uma bailarina
Leve pluma, giros, estrelas no ar,
As mãos suaves desenhando pérolas
E meus pés vestidos de asas
Que ficam no tempo a flutuar
Fico entre passos e deslizes
Ao compasso que tua voz
Canta em minha imaginação


(Como se veste um lírio
De sapatilhas de pano?)



Então, meu corpo
Acorda cansado de manhã,
Mas ri á toa em ver
Que faz você sorrir
Enquanto dorme



Ritmos, movimentos,
Danças, véus,
Mãos, corpo,
Cintura, incensos,
Perfumes, suores,
Invadem no íntimo
De teus secretos pensamentos
Eu danço, meu amor,
Na retina clara de teus olhos,
Sou tua mulher, menina,
Aprendiz de bailarina,
Fazendo uma canção
No ritmo abrangente
De cada palavra.


[ Cáh Morandi ]

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