
... entre campos floridos
... entre prédios erguidos
... em intensos invernos
Porque te quero...
(Porque te quero?)
E quero mais...
... do que o ar
... do que o mar
... do que o ser,
Mais do que cabe
Na imensidão do querer...
- Cáh Morandi -
Enquanto chovia essa tarde
Eu apostei meus últimos sentimentos
Lancei-os um a um no vento
E nunca mais os pegarei de volta!
Agora que se acalma a tempestade
E o barulho das ondas me incomodam
Me falta parte da cor da aurora
E uma boa medida de tempo
Apostei sem dó, sem arrependimento,
Talvez por alegria, talvez descontentamento,
Vou indo, sem saber se voltarão,
Mas poderei dizer que arrisquei...
Ganhei? Perdi? Não sei!
Só passando, me refazendo,
Só assim, um dia,
[quem sabe?]
saberei.
- Cáh Morandi -
Quanta coisa acontece
Quando não se pensa
- quando se esquece –
Quanta coisa!
Desaparece!
Quanto pensamento!
Resplandece!
- Cáh Morandi –
Agora sou uma pensão
Há vagas!
Alugo meu coração,
Para qualquer bom sentimento!
- Cáh Morandi-
O que é o amor
Se não uma obra de porcelana
Nas mãos de uma criança
Que ainda não aprendeu a andar.
Um vôo de uma hora, desembarquei com pressa, as malas pesadas demoravam a chegar, naquela tarde de sexta-feira quente fui ansiosa pelo saguão, a porta abriu, outros seguravam placas com nomes, tu apenas sorriu, eu entendi o sinal, e era como se me esperasses ali a vida toda. E o mundo parou. Só existia eu e você na multidão. Foram os passos mais certos que dei. Me aproximei e te beijei antes de qualquer palavra dita... Com tantos anos, foi a primeira vez que me senti viva. No fundo eras a própria vida, que não viveu para me esperar. Eu lembro desse momento em cada detalhe: tua calça jeans, teu boné azul e estavas com as mãos cruzadas para trás segurando a chave do carro. Eu de vestido preto, cabelos soltos e com aquela bolsa preta bordada. E no fundo esses detalhes eram só detalhes para que o amor chegasse...
- Cáh Morandi -
(nota: São Paulo - 02.02.07)