agosto 28, 2007

Caminho

Para onde quer que eu siga terei que lidar com meus medos e receios, levar o amor e cuidadosamente meus segredos. Sou única portadora de mim. Não existe caminho que poderei passar se não foi minha escolha, por isso, hoje decido que meu caminho seja de paz e que flores sejam espalhadas por todos os lados, e que meus pés sejam guiados pelos olhos do amor. Ainda que eu sofra, porque quero aprender um pouco de cada coisa: de dor e de paz, de indiferença e amor, de confiança e de duvidas. Não quero que meu mundo seja perfeito, que graça teria se eu não tivesse nada para me preocupar. Ainda que seja uma flor em meu jardim, mas se me preocupo com ela é porque sei que estou viva, sei que alguém me espera e que se eu não acordar amanhã, talvez possa sentir minha falta. Levarei minhas tintas e meus sabores, e deixarei como rastro uma cor e um paladar. Só hoje quero pensar nesse caminho... para onde o destino quer me levar?

A distância maior


Que tu sabes de distância?
O céu é perto do inferno
O verão encosta no inverno
O
preto é do lado do amarelo
Há dias que sol se confunde com chuva!
Eu sim que sei das lonjuras
Só há uma que existe,
E que me perco, e que sofro...

É quando meus lábios deixam os teus
...quando acaba nosso beijo!
Não há distância tamanha
Não há saudade mais estranha
Do tanto e tanto que te desejo...

- Cáh Morandi -

...e eu, em paz!



Passei tão desnorteada esses meses,sangrando, chorando por mim, o equilíbrio passo a passo refiz, fui juntando pedaços do peito por aí.Um belo dia, quando se acorda, tudo está bem e estranhamente calmo e você descobre que superou a má fase.Fiquei assim durante 48 horas, me amando, me conhecendo e tudo parecia em harmonia...Mas no terceiro dia o amor reapareceu com seus os cabelos negros que amaciei, a pele morena que me perfumei, olhos negros, profundos, sensíveis.O passado me bateu a porta e eu estava bem!O amor que não esperava REVER chegou...E eu, inteira, estava em paz!

- Cáh Morandi -

Confissão Repentina


Se perguntarem por mim algum dia
Falarão com pesar de minha vida
Dirão que foi sonhadora mulher
E que fechou seus olhos na primavera
Aquela que pintou um arco-íris na terra
Menina sem métrica, de pouca rima,
Que por amor viveu morrendo
E ao morrer deixou o coração batendo
Nas canetas que escrevia
Havia sonhos misturados a tinta não gasta
Tinha um riso discreto, o medo por perto,
E assim atravessou cada estação
Foi feita de uma falta,
De um beijo não dado,
De um abraço recusado,
De utopia, de não-matéria...
Dirão isso se perguntarem algum dia
De uma mulher que sonhou tão alto,
Que nunca caminhou com os pés no chão.


- Cáh Morandi -

O tempo e o vento



Eu fico aqui a observar o vento
Sua forma de levantar as ondas
A leveza que toca algumas árvores
Ele me abraça com cheiro de maresia
Força meus olhos a lacrimejarem
O vento... tão lento para um domingo!
Esse ar que não vejo,
Mas demasiadamente sinto
É meu tempo correndo,
[meu tempo p a s s a n d o]
O vento vai se AGRAVANDO!
Meu tempo se vai,
Meu tempo indo...


- Cáh Morandi-

Série: Poemetos


Não se assuste
Porque o barulho
Que ronda tua casa
É meu desejo faminto
Pedindo morada.

- Cáh Morandi-

Série: Poemetos


Negras horas que me estendo
Sinto que me ronda a morte
Que ao desvencilhar-me , tenha sorte
De morrer no céu dos olhos teus.

- Cáh Morandi –

agosto 27, 2007

Pequeño ~

[O mar azul insiste em se confundir com o céu]

...Há uma paz nascida por esse tempo
E então, depois do medo,
Depois da solidão e do abandono
Abre-se uma janela de fronte para uma varanda
E está o mundo numa cor branca
Onde a poesia chega perto dos olhos teus!
Olha, Pequeño, que surpresa
Porque está chegando a primavera
E se poderá deitar no verde!
Sem receios, mãos dadas,
Palavras sugadas pela fome do desejo!
[RE] nasce o contentamento...
Passe tempo, passe tempo...
E no momento que
Mar & Céu se fundirem
[PARE][PARE] t e m p o!

Foi estranho, como tudo que é bonito...
Mas não podia me prender ao detalhe de hoje...
E nem porque...
[O mar azul insiste em se confundir com o céu]

Enquanto dormias



Tu dormias com serenidade
Beijei teus olhos e me despedi
Afastei-me, mas voltei a beijar-te
Teus lábios dormentes sorriram
Foi ai que te amei desumanamente
Mais do que a mim, mais...
E tu só sonhavas, amor meu,
Eras um pedaço do paraíso
Que descansava em minha cama
Cantei aos teus ouvidos
Um hino ao teu louvor
Calmo, ainda dormias,
Eu te observando morria
Por te devotar, ali, tanto amor.

- Cáh Morandi-
26.08.07

Asas não minhas




Estou em cima das nuvens
Que longo vôo a nenhum lugar
Não vejo o sol no horizonte
Só as turbinas a me falar
Nos meus olhos, azul do céu,
Esse pedaço de papel
É tudo que tenho para carregar
Este avião, tão alto,
Tão próximo do paraíso
E o que quero são meus pés no chão
Me incomoda perder tanto tempo meu
E desembarcar em terras estranhas
Nunca tive vontade tamanha
De não sentir meu coração.

- Cáh Morandi –
25.08.07 (Em algum lugar do céu)