julho 25, 2007

Árvorec[eu]


Sentei entre as folhas secas
No último dia de outono desse ano
O vento beijou meus cachos
E a tarde adormecia em meu peito
Escrevi uma poesia na terra
E disso brotou uma árvore
Que a medida que crescia
Me envolvia, me penetrava
E só parou no exato instante
Que me senti completamente
Plantada junto com suas raízes
Permaneci com ela algumas estações
Dei-lhe um nome na primavera
E chamei-a de Saudade
Voltarei hoje ao jardim antes que escureça
Me abraçarei a ela novamente
Cavarei a terra, me colocarei lá dentro,
E hei de ser também parte da árvore
E me plantarei e enraizarei de novo
Até que eu me torne toda Saudade
E quando passeares no parque
Ao lado do teu novo amor
Descanse na sombra desses galhos
E se cair em tua boca uma gota de orvalho
Não estranhe que carregue o meu sabor.

(Cáh Morandi)

julho 24, 2007

Alto Coração

Foto: Cáh Morandi
Se eu pudesse
Queria ser mais alta
Só para ter o coração
Mais perto do céu
Para que lá de cima
Ele veja o mundo
E se divirta
Pulando nuvens
De repente
Ele tenha sorte
E se depare
Com um coração
Que também
Sonhou, subiu
E habitou no alto
Dar-se-ão as mãos
E subirão então
Até a eternidade
E se perderão
No azul celeste
De onde o mundo parece
Um pequeno grão de areia.

(Cáh Morandi)

Teu Riso II


Eu fico a espera do teu sorriso,
Que nem percebo o quanto te olho,
Eu fico ali imaginando como ele vai se abrir.
Teu riso tem algo de celeste
Que me domina, que brilha,
Que ilumina o sol no céu.


A ansiedade me inunda , me deixa boba
esqueço até de olhar o mundo...
Doce é esperar teu singular sorriso.
Ah! Esse riso pintado de azul carinho.
Tão sapeca que arrepia, inflama,
Fico terna, sei que me amas!


[ M. Lia Maia & Cáh Morandi ]

A[dorme]cida

Eu buscava o sono
Na noite em que
Só havia estrelas acordadas.
Depois não sei
Se dormi e sonhei
Ou se foi de verdade,
Mas senti
Que teus dedos
Percorriam minhas costas
E que brincavas
De criar borboletas sobre a pele.
Depois pousavas as mãos
Na minha cintura e
Dizias que eu era tua,
Dizias: “Descansa, coração...”
Me esquentou na sutileza
De abraçar meu corpo adormecido,
Eu pedi, sussurrando baixinho:
“Se perca hoje comigo...
E me leva contigo para
Debaixo do cobertor.”

(Cáh Morandi)
Curitiba – 20.07.07.

Branca possibilidade


Saí do banho quente
Sem me secar
Enrolei-me com a toalha
Caminhei o corredor
Sem me importar
Com as marcas
Que água deixava o chão
Invadia o apartamento
O perfume de erva doce
Impregnados em meus cabelos
Pouco importava que fosse frio
Meu corpo estava quente
Debrucei-me na varanda
E fiquei namorando o mar
Na branca possibilidade
Deito-me sobre o chão
Como se fizesse um pedido
Para que o vento levasse meu cheiro
Atravessando a distância do tempo
E que ele fosse se agarrando, se tatuando
No travesseiro em que tu dormes...



(Cáh Morandi)

julho 20, 2007

Amor maiúsculo



Eu não vou contar nenhum absurdo, somente algumas particularidades que tomaram conta do meu pensamento durante toda a tarde. É estranha a mania que eu tenho de ater-me aos detalhes, de fazer grandiosas as coisas mais pequenas que passamos juntos. Com o passar dos dias, tenho esquecido teu rosto e me pego então, desesperada, em busca de uma foto, de um vídeo, de uma carta onde eu possa te encontrar e fazer de conta que te tenho por perto e quando volto a mim, me pego beijando o vento... é, quanto tempo! Sinto falta da maneira que me acordavas, te lembras? Eu lembro! Detalhadamente...
Eu sinto! Saudosamente! Teve vezes em que eu fingia que dormia e ficava na ansiosa espera de que tuas mãos chegassem para me despertar. Eu gostava também dos travesseiros de papo de ganso onde tu me deitavas para me amar, do cheiro que nós deixávamos espalhado pelo quarto e dos desenhos que ficavam estampados no lençol desarrumado. Podem ser só detalhes, minúsculos, ou só uma forma de lembrar de um amor tão grande, MAIÚSCULO.

(Cáh Morandi)

[C]alma



Trouxeste
o crepúsculo
em teus olhos
in tensos
e terno
momento no tempo

e um cheiro
de mar esia
invadia teus cabelos
negros
finos
deitados no re lento

quanta poesia
caberia
na rima in finita
e la tente
que habita
no templo
de tua [c]alma.


(Cáh Morandi)

Sob os olhos das estrelas

À sombra fresca das folhas te penso sorrindo
Andando entre campos, vejo flores se abrindo
Botão em flor pela busca almejada do teu olhar
Bate o vento no meu rosto, só quero ti pensar
Tuas mãos a me aquecer sob essa luz prateada
Podias me jogar na grama e me fazer amada
Rolarmos pelo verde matando a sede nas floradas
Amarmos ao fim da tarde, rompermos a madrugada
Acolhida em teus braços no aconchego do nosso ninho
Eu sei que no mapa do teu corpo, acho meu caminho
Em desalinho,tateando tua pele com meus lábios
Fazendo-me tua, corpo e alma, nua, em movimentos vários
Dança frenética acalentada entre beijos de orvalho
Ao fim, pedindo descanso deitada em teu peito suado
Fitando as estrelas do céu que nos observam caladas
Brilhantes e mais lindas que as noites enluaradas

(Cris Poesia & Cáh Morandi)

julho 19, 2007

Ollhares in crédulos



Gravita a lua
in cestuosa
na janela
Grita aos loucos-
existo
em pensamentos in vi áveis
poesia branca
alinhava mundo
amacia orvalhos
escrevendo linhas adormecidas
olhares in crédulos

Dança baila rina
no infinto
Pede tão pouco
Um par
que venha brincar
entre estrelas
rasgando véus
Mistérios do céu
desenham figuras celestes
visões per feitas.
Bisões de nuvens
acariciam olhares
incrédula mente
paira em beijo
dor mente.

[ ** Gaivota ** & Cáh Morandi ]

Poetas Graças Deus...


[ Cáh Morandi e Alexandre Simas ]

Loucos apaixonados, loucos deprimidos,
Loucos acordados, loucos pela vida,
Loucos, loucos, loucos assumidos...

Mas será ser loucura sentimento extravasado?
Será que não é doçura e para o mundo aprendizado?
E mesmo ser for loucura, então que eu seja perdoado!

Notívagos, ébrios de paixão, senhores da lua...
Madames que pousam em estrelas, beleza rara e nua
Alquimistas da palavra... Tradutores do Amor...
Fadas de magias líricas... Encantamento sedutor...

Poetas fazem a luz mais brilhante,
As sombras mais escuras, as cores mais vivas...
Suas flores tem mais perfume,
Seus amores são mais intensos,
Suas saudades mais doídas,
Suas musas são as mais lindas...

Poetisas iluminam o sol do céu azul,
Os degrades do fim de tarde, a aquarela da vida...
Seus desejos são arrebatadores,
Seus instintos mais selvagens,
Seu destino mais sereno,
Sua inspiração renderia a todo tempo...

Interpretes de sentimentos, do sórdido ao divino...
Tradutoras dos enigmas perfeitos, instinto doce e felino...

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