Saí do banho quente
Sem me secar
Enrolei-me com a toalha
Caminhei o corredor
Sem me importar
Com as marcas
Que água deixava o chão
Invadia o apartamento
O perfume de erva doce
Impregnados em meus cabelos
Pouco importava que fosse frio
Meu corpo estava quente
Debrucei-me na varanda
E fiquei namorando o mar
Na branca possibilidade
Deito-me sobre o chão
Como se fizesse um pedido
Para que o vento levasse meu cheiro
Atravessando a distância do tempo
E que ele fosse se agarrando, se tatuando
No travesseiro em que tu dormes...
(Cáh Morandi)