julho 16, 2007

Me perdoe

Me perdoe
Por eu te esquecer
Quando de recém
Nasce o dia
Me perdoe
Por não te querer
Agora que chegou
A alegria
Me perdoe
Por não amar você
Por nunca dizer
O que eu deveria.

Caminho do Mar



Venha, outra parte de meu coração,
E iremos caminhar na beira do mar...
Lembre de chegar com teus pés descalços
Que eu irei com aquele vestido florido
Quando o céu estiver avermelhando
Então já estarei lá te esperando
Vou te trazer um verso novo
E te dizer antes de começarmos o passeio
Depois poderíamos ir em absoluto silêncio
E deixar que nossas mãos dadas falassem por nós
Nada é mais importante no fim da tarde
Do que ter tua companhia para acalmar o dia
Gosto das vezes que te estendo uma flor em meus olhos
E tu a recebes com teu sorriso cristalino
Se vieres, ternura minha, hoje te darei um segredo:
O mar azul será chamado agora por teu nome
E a areia úmida, toda ela, grão por grão,
Será meu corpo, minha alma e meu/teu coração.
E viveremos num eterno beijo
E tuas ondas me levarão sempre mais a dentro
Venha, presente do meu destino,
Deixe que eu mergulhe nessa doçura tua
Porque é tão longo o caminho que iremos
Que preciso descansar na paz de teu peito.


(Cáh Morandi)

Pequeno adeus

Amor, vim te dizer adeus
Estou indo embora para nunca mais voltar.
Amor, vim só me despedir
Foi divino te pertencer, mas é hora de partir.
Amor, olha lá fora
Há tanta gente para se conhecer.
Amor, e agora ?
Eu longe de você...
(Cáh Morandi)

Carnal


Tranca-me contigo em qualquer quarto
E se esqueça da contagem que tem o tempo
Me devorando mordida após mordida como uma maçã
Faz-me tua de forma doce ou de maneira selvagem
E saboreia-me os lábios portadores do melhor vinho
Prenda-me no espaço que tem entre a parede do teu corpo
E ali mesmo desvende o enigma por trás do que te escondo
Enrosca-me como serpente faminta diante de sua caça
Diz-me que sou tentação divina ou infernal que te consome
Dá-me tua mão e te mostrarei cada pedaço do meu templo
E quando estiveres já a vontade dentro do que é meu
Revela-me em teus olhos quem tu és quando me invades
Depois banha-me com o suor vertido ao fim do pecado
E não se despeças sem que eu recomponha meu rosto avermelhado
E que as vestes já tenham tomado seu lugar sobre minha pele
Se possível, nunca mais se despeças.
Se possível, fique para sempre dentro de mim.
.

julho 04, 2007

Escrever de Poetisa



Eu escrevo sem mãos
Sem cabeça, sem pernas,
Sem corpo nenhum.
Eu escrevo
Sem rima, sem gramática,
Sem conotação.

Eu só escrevo com a alma,
Com o invisível coração
Que nela carrego.


( Cáh Morandi )

Que céu é esse ?

Eu quero é descobrir
Que lugar fica o paraíso
Onde vivem os amores
Que se cumprem
Descobrir esse céu
Que moram os corações
Que morrem
De tanto amar.

( Cáh Morandi )

julho 03, 2007

Vai



Mesmo sendo cedo
- vai, vai, vai
Porque é dia!

A vida sem termos
- vai, vai, vai
Porque és livre.

Antes que me arrependa
- vai, vai, vai
Não perca tempo.

Só pode voltar
Quem um dia
Partiu!

( Cáh Morandi )

Tua voz

Na tua voz tem um segredo
Que só eu consegui revelar.
Tem vezes que falas absurdos,
Mas é diferente o que eu escuto.
Dizes da cor do céu desse dia que tarda
E eu ouço dizeres que amas.

( Cáh Morandi )

Personagens


Sim, eu sou um feitiço
Sou tua bruxa severa e má
Eu sou uma fada
Princesa encantada
Noite enluarada
Beijando o mar
Eu sou a bela que dorme
A velha curandeira
Nobre santa do altar
Eu trago incensos
Eu faço mandinga,
Mas sou teu patuá
A palavra que não tarda
A boca que não cala
Quem prende teu olhar
O amor que negas
A paixão que cega
O cosmo estrelar
A dona da primavera
A própria Cinderela
Teu caminho de voltar.

( Cáh Morandi )





Sob o fio, sob o corpo



E um dia quando eu dormisse
No fio da navalha afiada do teu corpo
Queria render-me sem medo de descansar
Escorre-me sobre o peito a gota de suor duvidosa
Entre as curvas sinuosas de meus seios
Sem saber ao certo até onde pode ser levada

E um dia quando eu dormisse
No fio da navalha afiada do teu corpo
Pudera eu não ter receio de fechar os olhos
Pensando que podes fugir ao meio da noite
Vai que eu sinta frio durante a madrugada
E terei que inventar fogueiras no quarto.

E um dia quando eu dormisse
No fio da navalha afiada do teu corpo
Que minha fragilidade seja mais forte, mais firme
E que se não se desfaça diante da tua rigidez
O amor anda tão próximo do silêncio
Que eu te pediria para fazer silêncio comigo

(Um dia em que dormisse no fio da navalha,
Um dia eu amanhecesse sob o peso de teu corpo)


( Cáh Morandi )

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