As calças já não se prendem a minha cintura
E as blusas estão maiores que meus ombros;
Estou receosa por estar sumindo repentinamente,
Sem saber se é essa doença ou essa vontade.
Minhas mãos estão brancas e mais finas que de costume,
Minhas costas agora já se desenham sozinhas.
Meu espírito tem se aproximado do divino
E os olhos já mais se voltam para dentro do que para o mundo.
Primeira vez que estou em dúvida:
Não sei se agora estou vivendo ou
Se na verdade é a quase hora de adeus.
Não sinto medo, mas na ansiosa espera...
Algo está chegando e estou em paz!
Só me compadece ver meu corpo sumir
Mas ainda não tão veloz quanto a poesia.
Ah, essas coisas que a gente não sabe
E por vezes nem gostaria de saber.
Mas vai ficar tudo bem...
Deus gosta muito de mim,
Meu anjo acabou de falar.
( Cáh Morandi )
17/06/2007