junho 18, 2007

Por falar...


Vês o vento que atravessa a janela do nosso quarto?
Esse espaço alugado para o nosso encontro marcado
É tão estático e frio e foi igual a ele que tornaste,
Tu não me vês mais, da mesma forma que o vento na janela,
Vou embora agora, eu não tenho mais tanto tempo
Para que esperar você voltar ser o homem que eu amei,
... Sinto falta do amor meu, do príncipe, que tu eras.

Um pedaço de nostalgia


  • Cada pessoa pertence a um tempo,
    A um beijo, a um desejo...a uma outra.
    Tudo que somos está preso a aquele instante,
    E isso nos guiará em qualquer destino que sigamos.
    Meu momento é a própria estrada pela qual sigo,
    Pois eu sou toda, a todo tempo, em todo lugar
    A minha loucura, meu devaneio, meu instinto selvagem,
    Minha vontade febril do impossível tocar.
    Compreendo o porquê dessa dor toda se abrigar em mim,
    Estou presa a inúmeras horas, incontáveis lembranças,
    Aos beijos todos, ao passado inteiro que não esqueci.
    Não há sensação mais confusa do que carrego,
    Porque sou o vendaval, a calmaria, a saudade
    E uma eterna viagem ao encontro da face do amor.
    Estou quase aprendendo a suportar o silêncio,
    Que por vezes grita mais alto do que minha voz.

    ( Cáh Morandi )

junho 17, 2007

De(composta)


As calças já não se prendem a minha cintura
E as blusas estão maiores que meus ombros;
Estou receosa por estar sumindo repentinamente,
Sem saber se é essa doença ou essa vontade.
Minhas mãos estão brancas e mais finas que de costume,
Minhas costas agora já se desenham sozinhas.
Meu espírito tem se aproximado do divino
E os olhos já mais se voltam para dentro do que para o mundo.
Primeira vez que estou em dúvida:
Não sei se agora estou vivendo ou
Se na verdade é a quase hora de adeus.
Não sinto medo, mas na ansiosa espera...
Algo está chegando e estou em paz!
Só me compadece ver meu corpo sumir
Mas ainda não tão veloz quanto a poesia.
Ah, essas coisas que a gente não sabe
E por vezes nem gostaria de saber.
Mas vai ficar tudo bem...
Deus gosta muito de mim,
Meu anjo acabou de falar.

( Cáh Morandi )
17/06/2007

junho 15, 2007

Temporal


Se meu amor se perder no meio da chuva
Eu me torno valente tempestade,
Pois se me entristeço e choro
Inundo bem mais do que essas ruas.

Eu vivo cada tempo sem pressa,
O que me interessa é poder viver em paz
E isso só acontece se dentro do meu peito
Não se esmoreça os amores que guardei.

A ventania chega ás vezes pra desfazer meus sonhos
Confundindo meus pensamentos com ilusão,
Mas não me importo se já não tenho segredos
Ou se desvendares o que palpita em meu coração.


( Cáh Morandi )
..

junho 14, 2007

O poeta que me amou



Ele era um poeta que tinha a voz mais doce que os anjos e que quando cantava me fazia flutuar em pensamentos... eu só lhe fiz uma poesia (ainda), porque para ele eu não consigo achar palavras toda vez que eu tento escrever alguma coisa.
A primeira noite que passamos juntos, envolvida em seu abraço, eu disse depois do beijo:
- Te espero nos sonhos.
De súbito, lembrei que eu dizia isso a um outro homem, do qual nunca me respondia a essa frase, mas esse poeta me surpreendeu ainda mais, respondeu ao meu ouvido:
- Estarei te esperando nos sonhos, mas antes preciso te agradecer por me fazer sonhar mesmo quando estou acordado...

E esse é o homem que lembro quando preciso saber que sou amada.

junho 13, 2007

Colando estrelas



O que me faria feliz
Era sentar na beira da cobertura do teu prédio
Soltar as pernas e balançá-las ao ar.
Lá em baixo quantos carros em velocidade
E a perder de vistas as luzes das milhares casas.
Depois te olhar como se dissesse tudo que não precisa ser dito,
Prender teus dedos entre os meus e não mais largar.
Talvez tu me oferecerias um sorriso ( porque é tão lindo!)
E eu soltaria meus cabelos pra que te inebriasses do perfume deles.
Juntos voltaríamos nossos rostos para cima
E lá estaria a lua que eu busquei e
As estrelas que uma a uma colei no céu essa noite
E que só tu consegues ver!

Eu passaria a eternidade
Pendurando astros,
Azulando céus,
Porque me encanta quando teus olhos brilham.

( Cáh Morandi )

Poesia ao namorado ausente

É um dia cinza
Porque hoje sei que não vens.
Vai tardar pra que sigam as horas
E as passarei pensando em ti.
Enquanto se entregam os apaixonados
Confundidos entres beijos e abraços
Estarei envolvida na tua lembrança.
Não sou mais teu benzinho,
Tua natureza, tua mulher.
Não sou mais tua amante,
Tua namorada, teu bem querer.
Meus passos vão pelas calçadas
E fica longa qualquer estrada
Se não tenho tua mão para prender.
Sabes tão certo que faz falta,
Que me entristece a alma
Não poder te dizer hoje
O quanto amo você.

( Cáh Morandi )

junho 11, 2007

Rabisco I

Serginho me questinou sobre o que é o mundo do poeta... logo para mim que desconheço qualquer coisa de exata ou poética nessa vida... respondi...

Rabisco I

O mundo não é do poeta
Na verdade ele busca o fragmento de cada paisagem
Depois as pinta na mente
E transborda nas palavras.

O poeta cria seu próprio espaço
Colorido e enfeitado por suas mãos
Onde vive suas contidas emoções
E enche os olhos de quem se permite ser tocado.


O poeta é quase vida,
É quase o grito ensurdecedor,
O poeta é quase morte,
E o silêncio mais profundo e devastador.
O poeta é quase...
...Quase Deus de seu próprio mundo.


( Cáh Morandi )

Frente ao mar


De frente pro mar que me encontro
Pensando nas inúmeras voltas que dão essas águas
...Dos mares, das praias, dos oceanos...
E nos seus incontáveis caminhos possíveis.
Então lembrei da face de um homem
E dos seus inúmeros destinos.
Me senti inútil diante da imagem que se formou,
Pois é certo que eu não tenha o controle
Do mar ou das coisas que são da natureza,
Mas aquele homem já esteve em minhas mãos
E eu não pude segura-lo aqui.

As ondas quebravam perto da areia,
E a brisa da lembrança agora ondulava
As águas fundas e paradas onde eu naufragava
Cada fragmento do meu coração despedaçado,
Onde tão certo também afogaria o restante de mim.

( Cáh Morandi)

junho 08, 2007

Pequeno Instante


Te vi passar
Num momento em que nada esperava.
Teus cabelos alvoroçados,
Meus olhos desnorteados.
Ias para o oposto lado
Do qual era meu destino.
Fitei cada traço do teu rosto desenhado
No segundo que nos cruzamos.
Não saberei se me notou
Ou se me viu e pensou
Sentir as mesmas sensações.
Não te encostei,
Mas sei que algum dia te sonhei
E só pude te ver nesse instante.
Te vi passar,
E não tive tempo de te falar
Alguma coisa pra te prender.
Eu olhei pra trás
E já te confundias com a multidão.
Passaste,
E meus lábios murmuram
Pelo teu nome desconhecido:
Volta!

( Cáh Morandi )