maio 18, 2007

O que a gente é






A gente nunca é como quer! No fundo é gente um bocado de tudo que a gente já passou, de tudo que a gente já errou e aprendeu. Vai lá, dizer que não sabes quantos tapas que a vida já te deu!? De quanto a gente andou com calma, e quantos dias o tempo correu! Eu sei que sou hoje as decisões que tive que tomar a muito tempo atrás: entre fazer ou não, entre ir ou ficar, entre ter medo ou arriscar, entre viver ou ficar a sonhar. Também sou os conselhos que ganhei, os dias em que sentei e chorei, os amores que me deixaram... e principalmente os amores que deixei. Meu coração tem muito dos dias de chuva em que me molhei, tem lugares que passei, tem os sonhos que nunca realizei. Por um instante gostaria de ser quem eu realmente gostaria, e acho que todo mundo gostaria de poder ser assim também, mas depois eu vejo que podem achar ser loucura, pois ninguém tem tanta gana de viver tanto! Que ser humano, em sã consciência, viveria tudo que imagina ? É triste, como a grande maioria das verdades. E a verdade que é bonita, parece ser esquisita nesse mundão a fora. Todo mundo anda olhando pro lado, mas vez em quando eu ouso ir olhando pro céu. Catando nuvens. Desenhando figuras. Procurando Deus.

( Cáh Morandi )

Onde possas descansar




Eu te sinto tão cansado,
E vejo que o tempo pra ti tem passado
Rápido e devastador demais.
Por vezes então eu sonho
E me vejo chamando baixinho teu nome
Suplicando que venhas aqui comigo um pouco.
Pois sei amor meu, que esse meu corpo sereno e teu
É um bom lugar para que possas dormir e sonhar.
Devias vir agora, devias esquecer-te da hora
Devias correr do teu frio escritório,
E passar os dias e as noites a me amar.
Em tua agenda rabiscada de compromissos
Parecem ser mais importante que os sorrisos
Que você daria se estivesse comigo.
Tu pensas demais! Ousa sentir um pouco!
Ousa me amar como louco.
Ousa partires desse mundo fechado.
Ousa viver o resto de teus dias ao meu lado.
Deixa eu ser o abraço onde possas se entregar.
Deixa eu ser a mão doce que nunca vai te largar.
Deixa eu ser, meu amado, o lugar onde possas descansar.

( Cáh Morandi )

maio 17, 2007

O abraço depois do amor



E no fim o abraço
Depois do amor
Para sossegar a alma
Enquanto o corpo ainda palpita.
E tem dias
Que eu resisto aos segundos longos
E penso, e desejo
Te amar tanto
Só pra que depois
Me abraces de novo.
E encostar em teu peito molhado
Meu rosto ainda suado
Depois de ter te pertencido.

( Cáh Morandi )




O vento que veio



O vento bateu nos meus cachos
Tão frio o vento.
Estremeceu meu corpo.
Esfriou meu rosto.
Invadiu meus olhos!
O vento do mar
Essa manhã veio me acordar
Batendo na minha janela.

Cabelos ao ar numa dança com o vento de frente pro mar.
Depois do vento. Um tempo, pra me esquentar.
Depois do tempo, uma eternidade pra lembrar:
Das coisas que não tenho, do amor que não veio
Para ao invés do vento me abraçar.

( Cáh Morandi )

Mesmo não sabendo de Fé


Talvez eu não saiba nada sobre fé,
Absolutamente nada sobre crer no não visto.
Mas eu sinto, e sei, que algo maior existe.
Porque eu penso em ti e há ali algo de divino
E desconfio fielmente que és parte do céu.
É certo que não sei nada sobre fé, certíssimo!
Eu não tenho o coração puro dos anjos,
Nem carrego em mim algo de celeste,
Mas como humana, dotada de alguma certeza
Eu penso que se Deus viesse na terra morar,
Ele estaria aconchegado no teu olhar castanho
Pois pra Ele não seria tão estranho
Trocar o céu para em ti habitar.


( Cáh Morandi )

maio 16, 2007

Para onde ias ?


Já pegaste quantos aviões ?
Foram também muitas estradas ?
Me conte, me diga,
Pegaste carona também ?
Quantas madrugadas dirigistes pra qualquer lugar ?
Muitíssimas caminhadas ao longo do mar ?
Quero saber, tenho tempo pra te ouvir falar,
Pulaste muitos abismos se jogando na imensidão ?
Nadaste muitos rios seguindo os cursos que eles dão ?
Vem logo aqui contar,
Quantos quilômetros conseguiste correr ?
Quantos dias a fio sem parar pra comer ?
Já sei porque não vens falar
Quiseste ir pra longe, querendo qualquer caminho percorrer
E mesmo assim não conseguiste desse sentimento se esconder.
Foram muitos desertos atravessados,
Muitos corações despedaçados,
Mas já sabias que não podias me esquecer.

( Cáh Morandi )

Dormindo em mim



Compreendo enfim o que se passou,
Não era meu peito já frio,
Nem meu coração congelado que morriam,
Eras tu, amor da minha vida
Que ali sumias pouco a pouco!
Te sinto agora aqui desfalecer.
Perdendo a força, se apagando
Dormindo pra sempre dentro de mim.

( Cáh Morandi )


maio 15, 2007

SER Humano


Ser Humano.
Se tu pudesses
SER:
Algo de bonito!
Algo de infinito!
Se tu pudesses
SER

MAIS HUMANO!
.
.

Cata- amor



Eu gostava dos cata-ventos
Era divertido segurá-los e esperar que rodassem!
Haviam alguns feitos de várias cores e conforme giravam
Tornavam-se uma bola de aquarela que pairavam no ar.
Depois de cansada deles, jogava num canto até estragarem
E qualquer brincadeira nova parecia mais interessante provar.
Hoje, já adulta, e sem paciência para o vento esperar
Fui até a rua onde se vendem esses artigos com que brinquei
Procurei um cata-amor, mas olhei, olhei, e nada por lá.
O moço da loja riu: “ Isso não tem onde comprar!”
Que triste! Como pode não ter um cata-amor!!?
Se é isso que todo adulto hoje gosta brincar:
Catar amores e depois de usá-los num canto jogar.
Que pena... vou ter que catar amor em outro lugar!
( Cáh Morandi )

Quase que oração



Eu não queria sentir tanto. Pudera eu ser mais forte, nem que fosse por alguns instantes. Fui feita com olhos sensíveis e com coração aberto demais e que tem a mania costumeira de guardar tudo que sente, e depois ele chora, porque tem dias que ele transborda de tanta coisa que tem. Se eu fosse ao menos mais ativa e em vez de pensar, fizesse tudo que imagino. Eu sofro. Eu vejo sofrer. E permaneço imóvel. Só escrevo, como faço agora. Parece só algumas palavras de poetisa que sente demais, mas bem sei eu que isso é quase que uma oração que entrego aos céus, agradecendo a Deus por essa mania que Ele tem de sempre me salvar.
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Cáh Morandi

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