maio 17, 2007

O vento que veio



O vento bateu nos meus cachos
Tão frio o vento.
Estremeceu meu corpo.
Esfriou meu rosto.
Invadiu meus olhos!
O vento do mar
Essa manhã veio me acordar
Batendo na minha janela.

Cabelos ao ar numa dança com o vento de frente pro mar.
Depois do vento. Um tempo, pra me esquentar.
Depois do tempo, uma eternidade pra lembrar:
Das coisas que não tenho, do amor que não veio
Para ao invés do vento me abraçar.

( Cáh Morandi )

Mesmo não sabendo de Fé


Talvez eu não saiba nada sobre fé,
Absolutamente nada sobre crer no não visto.
Mas eu sinto, e sei, que algo maior existe.
Porque eu penso em ti e há ali algo de divino
E desconfio fielmente que és parte do céu.
É certo que não sei nada sobre fé, certíssimo!
Eu não tenho o coração puro dos anjos,
Nem carrego em mim algo de celeste,
Mas como humana, dotada de alguma certeza
Eu penso que se Deus viesse na terra morar,
Ele estaria aconchegado no teu olhar castanho
Pois pra Ele não seria tão estranho
Trocar o céu para em ti habitar.


( Cáh Morandi )

maio 16, 2007

Para onde ias ?


Já pegaste quantos aviões ?
Foram também muitas estradas ?
Me conte, me diga,
Pegaste carona também ?
Quantas madrugadas dirigistes pra qualquer lugar ?
Muitíssimas caminhadas ao longo do mar ?
Quero saber, tenho tempo pra te ouvir falar,
Pulaste muitos abismos se jogando na imensidão ?
Nadaste muitos rios seguindo os cursos que eles dão ?
Vem logo aqui contar,
Quantos quilômetros conseguiste correr ?
Quantos dias a fio sem parar pra comer ?
Já sei porque não vens falar
Quiseste ir pra longe, querendo qualquer caminho percorrer
E mesmo assim não conseguiste desse sentimento se esconder.
Foram muitos desertos atravessados,
Muitos corações despedaçados,
Mas já sabias que não podias me esquecer.

( Cáh Morandi )

Dormindo em mim



Compreendo enfim o que se passou,
Não era meu peito já frio,
Nem meu coração congelado que morriam,
Eras tu, amor da minha vida
Que ali sumias pouco a pouco!
Te sinto agora aqui desfalecer.
Perdendo a força, se apagando
Dormindo pra sempre dentro de mim.

( Cáh Morandi )


maio 15, 2007

SER Humano


Ser Humano.
Se tu pudesses
SER:
Algo de bonito!
Algo de infinito!
Se tu pudesses
SER

MAIS HUMANO!
.
.

Cata- amor



Eu gostava dos cata-ventos
Era divertido segurá-los e esperar que rodassem!
Haviam alguns feitos de várias cores e conforme giravam
Tornavam-se uma bola de aquarela que pairavam no ar.
Depois de cansada deles, jogava num canto até estragarem
E qualquer brincadeira nova parecia mais interessante provar.
Hoje, já adulta, e sem paciência para o vento esperar
Fui até a rua onde se vendem esses artigos com que brinquei
Procurei um cata-amor, mas olhei, olhei, e nada por lá.
O moço da loja riu: “ Isso não tem onde comprar!”
Que triste! Como pode não ter um cata-amor!!?
Se é isso que todo adulto hoje gosta brincar:
Catar amores e depois de usá-los num canto jogar.
Que pena... vou ter que catar amor em outro lugar!
( Cáh Morandi )

Quase que oração



Eu não queria sentir tanto. Pudera eu ser mais forte, nem que fosse por alguns instantes. Fui feita com olhos sensíveis e com coração aberto demais e que tem a mania costumeira de guardar tudo que sente, e depois ele chora, porque tem dias que ele transborda de tanta coisa que tem. Se eu fosse ao menos mais ativa e em vez de pensar, fizesse tudo que imagino. Eu sofro. Eu vejo sofrer. E permaneço imóvel. Só escrevo, como faço agora. Parece só algumas palavras de poetisa que sente demais, mas bem sei eu que isso é quase que uma oração que entrego aos céus, agradecendo a Deus por essa mania que Ele tem de sempre me salvar.
..
..
Cáh Morandi

Penso tanto!


Eu procuro me manter distraída
Versos, sonhos, a toda hora: poesia!
E meus passos rápidos pelas avenidas
Vão sempre calmos nos caminhos da vida.
E eu te olho, (re)olho, depois eu penso:
Penso em quantas formas te posso pensar.
Eu danço no meio do destino
Vendo se ele consegue me pegar.
Deslizo, escapo, sou pássaro no ar.
E eu te desejo amar tanto
Mais do que qualquer humano
Já ousou amar.
Eu procuro me manter distraída
Pra de vez em quando não lembrar
De tanto sentimento que carrego
E que deposito em teu olhar.

( Cáh Morandi )



Sonho recusado




Me transformas-te numa menina
Dessas que andam de salto alto.
Pequenina, minúscula,
Caminhando com a cabeça no ar.
Me transformas-te naquilo que sonhavas
E depois de ver-me pronta, ao teu alcance
Pensou que seria tarde demais sonhar.
...Seria tarde demais me amar.
Eu fico aqui a te esperar em meio ao vento,
Nessas horas que não findam
E eu envelheço mais veloz que o tempo
Na esperança de que se não me queres
Assim jovem, e resplandecendo alegria
Ao menos cansada, envelhecida
Tu me queiras de novo como sonho
E me aceites, amor, em tua vida.

( Cáh Morandi )

maio 13, 2007

Divagando



Meu coração parece um deserto sedento
Só tem a lembrança do que não possui
Meu peito aperta, saudade desperta
Penso demais, e acabo morrendo antes do tempo
Inverno brusco, teu corpo na cama eu busco
E acabo sendo abraçada por tua ausência.

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